O SALVADOR DA PÁTRIA

24-04-2013 14:48

 

O SALVADOR DA PÁTRIA

 

                Está confirmado: José Ramos-Horta é um embusteiro! Enviado por Ban Ki-moon, mas representa a CPLP. É um lobo com pele de cordeiro, ou seja, CPLP trajado de agente da ONU. É caso para dizer “presunção e água benta cada qual toma a que quer”. Numa entrevista publicada hoje dia 24 de Abril, pelo jornal de cabo-verdiano “A Semana”, disse com todas as letras: “Neste momento, eu sou a única e última janela de oportunidade para a Guiné-Bissau. Se os irmãos guineenses recusarem ouvir-me, direi isso ao Conselho de Segurança da ONU, mas eles ficariam entregues a si próprios. Aí seria pior”. Quem tinha dúvidas que este era a peça que faltava para criar perturbações sociais e políticas na nossa sub-região, deixa de as ter a partir destas ameaças, sem rodeios, ao povo que ele próprio considera fabuloso. Ele estará a dizer ao povo guineense que sozinho consegue mobilizar o mundo inteiro para aniquilar o Estado e a soberania do nosso povo forjada na luta armada contra o colonialismo português.  Ou seja, sem Ramos-Horta perderemos a nossa identidade!

 

                Questionado se acredita que as eleições podem acontecer ainda este ano, o iluminado Representante respondeu: “Acredito que sim. Há condições para isso: o país é pacífico, não há guerra, não é o Mali, Síria ou Iraque. Para realizar eleições é preciso paz. Já não há mais desculpas. Se não querem que haja eleições é porque se sentem acomodados no poder sem serem eleitos pelo voto do povo. Há também quem invoque a necessidade de se fazer reformas, mas estas devem ser feitas por governos eleitos legitimamente. O processo da reforma não é um acto em si, leva anos. Algumas reformas já deveriam ter sido iniciadas pelo Governo de Transição, mas este não pode fazer nada porque não tem meios e não há condições bem claras para isso. Por isso, é necessário haver eleições o mais rápido possível para se formar um Governo abrangente, de vários partidos – onde não haja perdedores: que seja apenas o povo da Guiné-Bissau a ganhar”. Mas, como fala à-toa, contradisse:  “A Guiné-Bissau que Amílcar Cabral sonhou não existe mais. Não existe o dito “homem novo”, não existe paz e total tranquilidade. Não há violência, não há massacres, mas há receios constantes, tensões, incertezas, as pessoas não dormem tranquilas, os pais não sabem como vai ser o futuro dos seus filhos. Não foi isto que o Amílcar Cabral sonhou. Entretanto, há coisas positivas. É um país multiétnico que não enveredou pela violência, há muita tolerância, ao contrário de outros países africanos. Reafirmo, esse povo deve ser acarinhado e apoiado para sair da extrema pobreza e precariedade em que se encontra”.  Ora, no imaginário de Ramos-Horta a palavra paz não é antónimo de guerra, mas sim de instabilidade. Ele confunde tudo ou quer lançar-nos a poeira nos olhos! Para nós, o que nos preocupa não interessa a Ramos-Horta. Para ele a ausência de guerra já e condição mais que suficiente para a realização de eleições. Ora podemos ter paz e viver em permanente estado de instabilidade política, como se tem registado na nossa terra. É evidente que a agenda de um patriota não se pode confundir com a da CPLP que prioriza a colocação no poder de quem os possa legitimas os negócios. A transição não se pode confundir com comodismo. Ela prioriza a estabilidade social e tranquilidade do seu povo e não a trapaça.

 

                “A Semana” perguntou a Ramos-Horta, deixando nas entrelinhas um juízo algo critico no que tem sido as suas declarações: O que queria dizer quando afirmou que a Guiné-Bissau corre o risco de se tornar num “Não-Estado”? Não é uma mensagem demasiado perigosa para a comunidade internacional e, sobretudo, deixa inquietas os países com ligações históricas e emocionais à Guiné como é o caso de Cabo Verde? A situação é tão grave assim? Respondeu: “O Estado da Guiné-Bissau existe apenas na forma nominal e no imaginário. O Estado, como nós o definimos em suas várias dimensões, providencia segurança, saúde, água, educação, alimentação, apoia as comunidades em áreas como a agricultura, comunicações, etc, etc. É esse Estado que está ausente na Guiné-Bissau. O pouco que existe está minado, por um lado, pelo falhanço da elite política e, por outro, pelo crime organizado. O Estado está à beira de deixar completamente de existir, a não ser que a elite política e os militares ganhem consciência do perigo que essas “desinteligências” representam para o país e aceitem pôr de lado as suas diferenças para trabalharem juntos, e abrirem as portas à comunidade internacional para este intervir na reorganização e reconstituição do país”. Portanto, esse Estado imaginário de Ramos-Horta e companhia limitada, prolifera em todo o continente africano. Exemplos não faltam e ele próprio sabe-o. E sabe também de que na maioria parte dos Estados africanos está em curso a formação de uma espécie de burguesia nacional não pelo trabalho pelo crime de peculato e corrupção. É também do conhecimento de Ramos-Horta de que após a queda do “Muro de Berlim”, a bandeira do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, tem sido a priorização do mercado em detrimento do tal Estado providência que refere. E quando Ramos-Horta pede para que a Guiné-Bissau abra as portas à comunidade internacional para este intervir na reorganização e reconstituição do país, estará a falar de quê? Certamente dos interesses ocultos que ele próprio encarna e representa!

 

                O dito representante de Ban Ki-moon é um homem formatado pela CPLP e pela máfia internacional que se assenhoreou dessa organização e dos governos dos seus países. Com um sentimento hostil em relação às nossas Forças Armadas. Deixamos à avaliação do leitor a resposta de Ramos-Horta quando lhe perguntaram se não temia pela sua segurança: “Não. O que detesto é a excessiva segurança. Às vezes saio com um motorista e um segurança apenas. Vou ao mercado, falo com as senhoras, caminho nas ruas sujas e poeirentas de Bissau. As pessoas cumprimentam-me, sabem quem eu sou. Não tenho a menor preocupação em relação à minha segurança. De qualquer maneira, tenho quatro seguranças, mas eles andam desarmados. É que lhes disse que não é com essas ‘pistolinhas’ que vão enfrentar o Indjai. É que este quando ataca é com morteiros e bazucas e de nada lhes vai valer ter essas pistolas. Portanto, eu não quero nada disso à minha volta. Quando saem comigo é mais para fazer companhia do que para fazer segurança”.

 

                “Nha ermons”, não podemos desejar a recondução deste senhor como Representante de Ban Ki-moon na nossa terra, pois não passa de um lúcifer e incendiário, portanto, germe de uma grande instabilidade política que poderá vir a desabar não apenas sobre a nossa terra como em toda sub-região.

 

                Por: Nababu Nadjenal