ADVOGADOS DO DIABO

26-02-2012 17:11

ADVOGADOS DO DIABO

 

            Os advogados do diabo, corruptos, têm surgido nos últimos tempos, na nossa praça, a tentar ofuscar a opinião pública nacional e estrangeira, com retórica vaga, de ordem moral, apelidando Bom Senso. Juliano Fernandes, arquitecto do impossível da era ninista, e Carlos Pinto Pereira (Caia), o civilizado, são dois rostos da perversa campanha de desinformação dos eleitores. Querem obrigar-nos a engolir como peixe pela cauda, a passagem inconstitucional da proposta de candidatura de Carlos Gomes Jr., actual Primeiro-ministro da Guiné-Bissau. A partir do dia vinte e cinco de Fevereiro Carlos Gomes Jr., passou, mesmo que provisoriamente, de jure, e de uma forma maquiavélica, a juntar à sua função de Primeiro-ministro, a condição de Candidato à presidência da República. Passamos a ter um jogador com apito de árbitro e ao mesmo tempo apanha bolas. E os Advogados do diabo continuam a defender a inexistência impedimento legais a candidatura do Primeiro-ministro, como se fosse uma questão de ordem filosófica. O Bom Senso é extra-jurídico, não decorre de nenhum princípio legal em Direito. O Bom Senso se reporta a ordem moral, algo subjectivo. Portanto não é o assunto que se possa pôr encima da mesa. O desespero levou-os a furtar-se aos factos consagrados na Lei Magna, e mandando socos no vazio. Passaram a esgrimir, conscientemente, argumentos malévolos e irracionais que até põem em causa a natureza técnica das suas próprias formações académicas.

 

            Para além da violação flagrante da Constituição que acarreta a candidatura de Carlos Gomes Jr., estamos neste momento perante uma estratégia maquiavélica engendrada pelos parceiros nacionais e internacionais do actual Primeiro-ministro, para o colocar na cadeira de Primeiro Magistrado da Nação. De facto, ele já é o Presidente da República da Guiné-Bissau. O Presidente Interino, Raimundo Pereira, não passa de uma figura decorativa e manipulável pelo todo-poderoso Carlos Gomes Jr. As eleições de dezoito de Março, serão meras formalidades para apenas legitimar a sua coroação no cargo que tanto ambiciona e pelo qual lutou, sem pejo, desde o falecimento do ex-Presidente Malam Bacai Sanhá.

 

               Já se pode adivinhar o futuro deste projecto malévolo de Carlos Gomes Jr., e seus colaboradores. Avisou que a campanha eleitoral será um passeio para a sua candidatura! Como a Constituição não permite que o Presidente Interino nomeie ou exonere o Primeiro-ministro, ele (Carlos Gomes Jr.) - ao vencer as eleições - auto-renunciará a função que actualmente desempenha. E será nesses breves instantes que nomearia um novo Primeiro-ministro. Portanto, Carlos Gomes Jr., será Primeiro-ministro e ao mesmo tempo candidato até a conclusão do processo eleitoral. Algo insólito na nossa democracia e que os advogados do diabo procuram banalizar e ignorar a desigualdade, por exemplo, que a situação possa gerar em matérias de direitos e deveres entre as diferentes candidaturas. Alias, é o chamado jogo do Bom Senso que privilegia o candidato Primeiro-ministro, cuja estratégia visa o poder absoluto, total, incondicional e discricionário. O caminho mais fácil para pôr em marcha a campanha de extermínio dos índios apaches nas forças armadas, com o tão desejado reforço das forças armadas estrangeira no nosso país.

 

Por Balugum