BOMBA RELOGIO DE CADOGO JR.

12-02-2012 15:21

BOMBA RELOGIO DE CADOGO JR.

 

 

            Carlos Gomes Júnior é uma bomba relógio em pessoa. Não se demitiu, de jure, do cargo de Primeiro-ministro, mas, de facto, já não o é. Diz ter deixado na sua função a Ministra Adiatu Nandigna. Caso insólito, portanto, na nossa Lei magna. O cargo de primeiro-ministro não se trespassa na Guiné-Bissau, conquista-se pelos votos nas urnas.

 

O mundo viu, ouviu e assistiu a forma atabalhoada com a intervenção da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) à mistura, como Carlos Gomes Jr., se tornou candidato do PAIGC no Comité Central. Dirão que jogo é jogo, mas não lembrarão que todos os jogos têm regras. Ele próprio furtou-se aos estatutos do partido que jurara cumprir. Entregou o seu requerimento no Supremo Tribunal de Justiça e fugiu para Lisboa, para, diz ele, “agradecer o apoio do governo português e reunir com a comunidade”, abandonando assim o barco antes do fim da legislatura, que tanta birra fazia para que o Governo fosse até ao fim (Novembro de 2012).

 

            Esta retirada estratégia de Carlos Gomes Jr., a Lisboa, num período não menos conturbado da sua história política, visa, em primeiro lugar, provocar o efeito bomba relógio. Esta fórmula geralmente adoptada pelos líderes, consiste em armadilhar e depois viajam para o estrangeiro onde aguarda a sua explosão, para depois regressar como Pilatos. Por outro lado, o objectivo da sua viagem pode enquadrar-se numa hipotética, mas remota, tentativa de fuga para o exilo solicitado pelos seus parceiros no exterior. O regresso na próxima Sexta-feira a Bissau, não é, para já, um dado adquirido. Arvora-se candidato natural (leia-se especial), que ao regressar ao país, dentro de três meses será Presidente da República. É verdade, época é de carnaval e ninguém leva a mal as suas declarações. Não deixa de estar consciente dos obstáculos que o esperam pela frente. Kumba Yala será um deles! Aspira, portanto, suprimi-los. Antes de regressar a Bissau, os seus jagunços terão já desbravado o mato. E depois apareceria como salvador da pátria, caminhando descansadamente pelo deserto em direcção à tripeça da Presidência da República.

 

            Teoricamente, Carlos Gomes Jr., já não é Primeiro-ministro. Transformou-se em candidato a candidato à Presidência da República. O percurso é sinuoso para os seus desejos. O futuro acautela-se a partir de hoje. Os seus parceiros (Angola, China e GALP da família Amado) instigam-no a prosseguir com as suas ambições usurpadoras. Aplaudem-no e argumentam que a Lei limita o campo de manobra ao Presidente Interino e nunca ao Primeiro-ministro. O que significa que Carlos Gomes jr., é livre de se se transformar em árbitro, jogador, treinador, apanha bola, etc., nas presidenciais antecipadas. A obsessão pelo poder ofuscou-o de tal maneira que não consegue descortinar a realidade que se avoluma diante dos seus olhos. Contornou as leis estatutárias do seu partido, e agora encorajado pela presença dos mercenários angolanos e o estímulo dos quartéis da droga, tenta com campanhas espalhafatosas e abastadas pisar a Constituição do país. As “sondagens” da Comunidade Internacional já dão como vencedor destas eleições Carlos Gomes Jr.. Veremos, pois, se o golpe de Estado, protagonizado pelo próprio Primeiro-ministro, desde vinte e seis de Dezembro passado, se consuma agora no dia dezoito de Março próximo. 

 

Por Balugum