COMUNICADO DE IMPRENSA

06-12-2011 11:07

COMUNICADO DE IMPRENSA

A Direcção Superior do Partido da Renovação Social ao deparar-se com uma insistência suspeita e inusitada, por parte de algumas personalidades e organizações internacionais sedeadas no País, vem tornar público as razões da sua rejeição, relativamente a uma eventual inclusão nas estruturas da chamada Comissão Organizadora da Conferência Nacional para a Consolidação da Paz e Desenvolvimento. Este posicionamento, já foi, aliás, formalmente manifestado numa missiva endereçada, a 28 de Outubro do ano passado, ao Senhor Manuel Serifo Nhamadjo, vice-presidente da referida Comissão, que é, simultaneamente, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional Popular e membro do Bureau Político do PAIGC, com conhecimento do senhor Presidente da República, do governo, do representante da UNIOGBIS, do representante da UNIÃO AFRICANA, da UNIÃO EUROPEIA e da Sociedade Civil.

Sem pôr em causa a iniciativa, e os nobres princípios perseguidos pela referida organização, o Partido da Renovação Social entendeu, e entende, porém, que a abrangência que deve envolver uma estrutura de tamanha envergadura e responsabilidade, deveria ser dirigida por uma entidade colectiva ou singular de reconhecida idoneidade, e isenta em todos os processos de crimes de sangue de motivação política que tiveram lugar na Guiné-Bissau, em quase quatro décadas da nossa independência.

O Partido da Renovação Social, apesar de reconhecer a legitimidade das urnas dos 67 mandatos do PAIGC para esta legislatura, não deixa, contudo, de denunciar a tentativa de manipulação política e hegemonia totalitária, por parte da maioria, na promiscuidade evidenciada nesta iniciativa, em querer ser juiz em causa própria. Na realidade, o que o PAIGC, e o seu presidente pretendem, com o patrocínio desta organização, não é mais, senão, uma simulação, para melhor encobrir a actividade criminosa perpetrada por autores dos crimes de sangue das suas fileiras, a exemplo da amnistia ilegítima e ilegal promovida pelo PAIGC, na Assembleia Nacional Popular, em 2007, sobre outros crimes de sangue do passado, que não tiveram o merecido julgamento.

 

 

 

O Partido da Renovação Social, enquanto maior partido da oposição, ao mesmo tempo, que promove conjuntamente com outros actores políticos da oposição guineense, iniciativas para levar a juízo, por responsabilidades em crimes de sangue, o presidente do PAIGC e o governo por ele apoiado, nunca porá em causa a sua credibilidade para se enlamear, e deixar-se alinhar na incoerência de ajudar o PAIGC a patrocinar e organizar uma diligência desta natureza. O PRS enjeita desde já a sua eventual quota-parte de responsabilidade no fracasso da iniciativa desta organização.

Portanto, a posição do Partido da Renovação Social é clara nesta matéria: só haverá paz e estabilidade com a promoção de uma verdadeira justiça, através, por exemplo, da instituição de acções concretas desenvolvidas em Comissões de Verdade, Justiça e Reconciliação que serviram de exemplo em vários países do mundo, incluindo africanos; iniciativas isoladas de reconciliação fomentadas e patrocinadas por quem deve ser julgado não levam a nada, antes pelo contrário, só vão servir para alimentar o ódio e a violência, em vez da unidade e coesão nacionais necessárias.

Bissau, 26 de Outubro de 2011

 

Ibraima Sori Djaló

O Presidente em Exercício