POR UM PRS VENCEDOR

06-11-2012 23:08

 

 

 

POR UM PRS VENCEDOR

 

Por um PRS vencedor, surgem de uma reflexão aturada sobre a vida actual do Partido. É uma contribuição pessoal. Por isso o conteúdo de tudo o que nele está escrito é da minha inteira e estrita responsabilidade. Para mim, a reforma inteligente no Partido tem de ser feita, os erros têm de ser assumidos e corrigidos, os objectivos e as estratégias têm de ser redefinidos, a linguagem política tem de ser aprimorada. Ao contrário, estaremos, em uma definição clássica, "ajeitar as cadeiras no convés do

 

Titanic".

Autor: Raimundo Agostinho Ialá, mestrando em Educação e Sociedade em Lisboa

Contactos:

 

E-mails: raynho1978@hotmail.com / rainho1978@gmail.com

 

Telem:(+351)968499286

Por um PRS vencedor

2

 

NOTA INTRODUTÓRIA

Incumbe-me, por imperativo de consciência, enquanto militante do PRS partilhar esta minha reflexão com os demais militantes deste Partido. Não pretendo uma narrativa volátil com falso pretenso de justificar a ruptura radical e/ou manter o

 

status quo no Partido, nem um turismo intelectual acrítico com vista a procura de qualquer protagonismo, mas sim, exprimir, de uma forma desapaixonada, o inconformismo perante um silêncio confrangedor da franja intelectual do PRS conducente a uma eminente erosão política do Partido. O momento exige de nós e de cada um, não o exacerbar das divisões, mas respeitabilidade e assunção das responsabilidades perante a realidade sócio-política vigente actualmente. Não pretendo entronizar nem destronar alguma figura. Julgo ser um imperativo categórico a urgência de recredibilizar o Partido.

Desejo e espero sinceramente que o PRS sirva como uma força simultaneamente

 

profilática e antipirética sociais e não apenas como uma aspirina ou band-aid social. Para a consecução desse híper-desiderato, o PRS tem de estar na linha de frente na tomada das grandes decisões da vida pública, ser a força criativa e promotora da mudança. Ou seja, tem de estar no poder e exercer o poder. Porém, tem de conquistá-lo mediante os mecanismos democraticamente aceites. Esta é a razão primordial que me moveu a produzir este artigo para a família PRS. Reconheço que não se trata de uma tarefa simplória, levando em consideração a atmosfera política bastante poluída no país neste momento. Todavia, julgo que é concretizável se todos estiverem determinados, pois muitas das grandes conquistas na história da nossa civilização foram alcançadas pela vontade independente de uma alma determinada. A nossa atitude determinará a nossa altitude. Lembrem-se de que nas mãos de cada individuo encontra-se um poder maravilhoso para o bem e para o mal. Por um PRS vencedor

3

 

1. Uma retrospecção sobre o Partido

Ao longo das duas últimas décadas o PRS tem sido uns dos protagonistas (se não mesmo na linha da frente) na construção da democracia representativa e constitucional na Guiné-Bissau, assente em valores como pluralismo político e justiça social. Sob a liderança inspiradora do seu fundador, Dr. Koumba Yalá, o PRS travou um combate político ferrenho contra o

 

Ninismo numa fase bastante crítica da jovem democracia guineense. Dir-se-ia que nesta altura as chamas da ditadura monopartidária, formalmente abolida, ainda ardia e os seus agentes estavam dispostos e predispostos a cometer atrocidades, desde que isso garantisse a manutenção do staus quo então vigente e o continuum atropelamento impiedosamente dos direitos dos cidadãos. Todavia, fê-lo com toda determinação e mestria. O regime foi corroendo e desmoronando a cada dia que passava.

Aliás, é extraordinariamente importante destacar que o Partido da Renovação Social (PRS) emergiu num panorama político caracterizado pela "abertura" ao

 

multipartidarismo e, sem demora, se afirmou axiomaticamente como uma alternativa viável e confiável ao PAIGC instalado no poder há mais de duas décadas. Esta proeza ficou a dever-se à intrepidez, à sapiência, à califasia e, particularmente, às intervenções bombásticas e acutilantes do seu indubitável e carismático líder. Desde então, vem conquistando o seu espaço na sociedade guineense. A despeito de parcos meios de que dispunha, o PRS era (e é) lenitivo à democracia e esperança do guineense, facto que se consubstanciou em 2000 (e na sua ininterrupta presença no hemiciclo guineense), altura em que o povo lhe incumbiu a nobilíssima missão de governar o país, após o conflito político militar que destruiu literalmente as estruturas sociais e económicas deste paupérrimo país.

Na verdade, se por um lado este momento de ascensão do PRS às rédeas do poder se afigurava como corroborador da intrepidez, da doxomania e da retórica política do líder dos renovadores, e mais, como oportunidade para que o Partido se afirmasse o primado da regeneração da nossa moribunda Por um PRS vencedor

4

sociedade, primado este que esteve na essência da sua fundação como se pode inferir da sua própria designação; Por outro, era particularmente difícil e desafiador de um partido que nunca esteve no poder. Aglutina-se a este facto a inexperiência da esmagadora maioria dos seus quadros em matéria de governação. Impunha-se, entretanto, a formação de um governo com capital humano a altura das exigências pátrias. Um governo etocrático e tecnocrático que fosse capaz de depurar o país dos dirigentes anéticos, lascivos e cacoetes que vinha apregoando vícios, ódios, imoralidade, cleptomania, etc. Impunha-se que os renovadores dessem lição de boa governação, que combatessem

 

regabofe, chafurdice política e gangsterismo na governação. E, como tal, singrassem por longo tempo no poder para garantir tão almejados direitos e liberdades que custaram (e custam) sangue, suor e lágrimas de muitos filhos " di tchon di Cabral".

É inegável que o Partido não "soube" aproveitar positiva e inteligentemente esta oportunidade, pautando, alguns dos seus dirigentes, por práticas reveladoras de indecência moral e de desinteligência política, práticas outrora condenadas com veemência, esquecendo-se que

 

procurar dignidade sem dignidade é indignidade, pois "nada valoriza tanto quanto a honestidade". Além disso, a sórdida ganância, a prepotência, a ignorância e quiçá a bancarrota moral da Junta Militar aliado a dos sectores opositores dos renovadores, tudo fizeram, até mecanismos democraticamente ilícitos e condenáveis (aos quais hoje redondamente condenam), para fazer valer o seu egoísmo, o seu desejo ávido de voltar ao poder e perenizar a ataxia no país. E conseguiram-no. O PRS foi arrancado do poder. Desde então a esta parte, os militantes, dirigentes e simpatizantes vivem sob signo de infelicidade resultante dos despedimentos nos serviços, despromoções, escárnio e enxovalhação públicos, etc., cujos impactos psicológicos e sociológicos são difíceis de gerir e digerir. Como coloraria de tudo isso, assistimos o descarrilamento de alguns dos seus dirigentes, a guetizaçao de outros e até o volte-face para o PAIGC. Neste último caso, Por um PRS vencedor

5

revelando uma personalidade excecionalmente equivocada, ou mesmo a falta das éticas de Caracter e de personalidade, talvez diria sem pista de dircção, mas tão-somente movidos pelos seus inexoráveis egoísmos e incalculáveis interesses.

2. O PRS na conjuntura actual

É sabido que no contexto do multipartidarismo, o

 

fihgt político de qualquer agremiação política visa, o fim primeiro, a conquista e consolidação do poder. Como tal, os caminhos para lá chegar, têm de ser desbravados com inteligência, audácia, retórica política requintada, confronto de ideias, convicção e anelo de vencer. Ao contrário, a lógica monopartidária baseia-se em opções políticas sustentadas em clientela e/ou subserviência sem projectos concretos nem concorrentes. Imprime, portanto, autoritarismo e cerceia desagradavelmente o indispensável debate intra-muros para a tomada de decisões. Certo é que estes regimes já são uma espécie de peças arqueológicas no museu da História da humanidade, embora os seus laivos estejam a persistir no actual quadro político mundial, sobretudo, nos contextos territoriais em desenvolvimento.

Ora, é neste novo contexto político em que o reclamo pela liberdade ecoa por todas as partes do globo (a chamada "

 

primavera árabe" é um exemplo paradigmático) que o PRS se fundou e tem de se afirmar para não se pôr a jeito de acumular derrotas. Aliás, por isso e para isso é que o Partido da Renovação Social emergiu na Guiné-Bissau. O nosso Partido está confrontado com adversário político cuja máquina está requintadamente especializada em deturpar as mentes "menos esculpidas" e em fazer do irreal, real. Nele surgem sempre novos "dignitários" que se autodenominam de "renovados". Mas, isso não passa de uma mera quimera. Lá ninguém pode gabar-se de "bacteriologicamente pura". Aliás, a lógica continua ser a mesma: dizer sempre inverdade da verdade, ludibriar, enganar, mentir e, em última análise, assassinar os seus opositores. Atitudes estas que ultrapassam qualquer limite de decoro ético. Que pena! Por um PRS vencedor

6

Considerando, no entanto, que a aspiração legítima e natural de uma organização política é aceder e exercer o poder, como atrás foi dito, este móbil deve interpelar, como é óbvio, os dignitários do PRS a esmerar novas formas de pensar e, naturalmente, de organizar o Partido, de equacionar estratégias, de selecionar militantes com cabedal de experiencia por forma a enfrentar novas exigências e relacionar sabia e decentemente com a sociedade, se pretender estar na primeira linha na hercúlea tarefa de reconstrução nacional. Urge ao Partido abrir-se à sociedade, reequacionando a sua política. Reequacionar a política, pressupõe renovar-se a si mesmo para, assim, reconquistar a credibilidade interna e externa claramente perdidas. Esta renovação começa com a renovação de estratégia de actuação tanto dos dirigentes quanto dos militantes e simpatizantes, recriação da empatia com a sociedade o que requer coragem para mudar algumas figuras que estão,

 

de persi, irremediavelmente perdidos no horizonte do presente século em mudança caleidoscópica. É preciso nova filosofia de fazer política e nova linguagem. É de todo inadiável dar oportunidade aos que têm background político e académico como forma de atrair novos quadros para o Partido. É preciso aproveitar não só a imaculabilidade social das novas figuras, mas também o seu know-how socio-académico. Esta reforma deve observar o princípio dialéctico da lei da negação. Ou seja, não se pretende aqui postular a ideia da ruptura, pois seria pouco sério e tal atitude funcionaria com um rastilho para a família PRS. Seria uma hecatombe com consequências políticas inimagináveis. Pretende-se, é claro, advogar um Partido reconciliado com a sua ideologia e princípios cuja actuação se desprende do autismo dos seus dirigentes para que o Partido possa ser vista no actual cenário político como uma alternativa política séria, credível, fiável e confiável.

Em suma, sugere-se uma

 

Reforma Inteligente no Partido. Embora a atitude reformista não se esgote no conceito gradualismo, também inclui estratégias rupturistas. Isso pressupõe a Por um PRS vencedor

7

capacidade do Partido para levar a cabo uma reforma assim definida sem criar premissas para o seu cataclismo.

3. A indispensabilidade da união no Partido

"Qualquer atrito social, é o fruto do antagonismo de interesse/luta de contrários entre classes", afirma Marx.

É verdade. Este excerto é, no meu entender, atemporal, na medida em que o Homem é por natureza egoísta e que, não raro, deixa-se levar pelos seus interesses em detrimento dos interesses da colectividade. Neste prisma, devo dizer, com pesar, que as querelas e dissensões intestinais que têm afectado o Partido nos últimos anos são denunciantes de uma certa impreparação de alguns membros da família PRS para enfrentar as exigências de diálogo permanente que o multipartidarismo requer e/ou impõe. É deveras preocupante, porquanto testifica que o Partido não está substantivamente depurado dos que ainda não compreendem o contexto em que ora vivemos, contexto este em que as divergências de ideias é encarada como algo inerente à própria democracia e lenitivo da dinâmica multipartidária. Aliás, a clivagem é intrínseca à política, todavia é recomendável que se trave a nível das convicções e não se resvale para quezílias esquizofrénicas pessoais. Pelo contrário, a divergência de ideias é percepcionada por alguns dos nossos co-militantes como oportunidade para sustentar radicalismo e ganância sórdida ou para afastar seus opositores internos. Isso é demonstrativo da falta do espirito de tolerância. Nas palavras de Gandhi,

 

"a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento de um verdadeiro espírito democrático".

Os atritos internos, frequentemente por questões de menor importância e que com algum maquiavelismo são fulanizados, têm afunilado e fragilizado o Partido, retirando-lhe o potencial para o combate político.

 

Que pena! É preciso urgentemente arrepiar os caminhos. É necessário valorizar devidamente todos e cada um no seu espaço e nas suas competências próprias. O respeito e a Por um PRS vencedor

8

obediência aos superiores hierárquicos e estes aos estatutos do Partido são as virtudes sobre as quais se deve pautar.

Daí, portanto, a premência de cultivar e aprofundar um debate interno franco, cordial e tolerante não só entre os dirigentes, mas também entre os militantes e as estruturas directivas em concordância com os ditames da democracia. Ou seja, deve-se aceitar o diálogo e respeitar as opiniões alheias, mesmo que não as partilhemos. Só isso poderá robustecer o Partido, catalisá-lo e convocar as sinergias de todos os militantes para as grandes conquistas. Portanto, a unidade não é apenas condição para a acção colectiva. É indubitavelmente requisito para uma acção bem-sucedida, dado que faz diluir facções heteróclitas que imprimem esforços titânicos para prejudicar o Partido através de desacatos até de decisões tomadas em sede própria e por instâncias legítimas.

Reputa importância sublinhar que nada é mais pernicioso que actuações de índole individualista e/ou fraccionária, pois minam os valores da unidade e da solidariedade. Por isso, há que aceitar a pluralidade de ideias como um bem, como uma conquista da humanidade. Todavia, o usufruto deste bem deve ser com alguma parcimónia, se bem que tudo que seja demais, faz mal.

4. A modernização do Partido

O gigantismo do Partido está não numa perspectiva megalomaníaca teórica, mas na sua capacidade prática de se afirmar como força política credível na sociedade. Isso me leva a levantar as questões seguintes:

 

O PRS se afigura actualmente como alternativa viável e confiável aos olhos do eleitorado guineense?

 

O PRS é capaz de ombrear no plano interno e internacional com o seu adversário imediato?

 

Que diplomacia o PRS imprime?

 

Que aliados tem no plano externo?

 

Por quê averbou derrotas eleitorais sucessivamente?

Por um PRS vencedor

9

Julgo que respostas a estas questões deixar-nos-á lúcidos quanto a dimensão do nosso Partido. A meu ver, despido de qualquer pessimismo, mas tão-somente movido pelo realismo, digo a resposta é negativa. O PRS regrediu bastante. Isso é inescamoteável. Na diáspora, é rotulado de "Partido perturbador"

 

1. É indispensável repensar o Partido e adaptá-lo aos ventos da mudança que vêm do ocidente.

1

Nesta perspectiva, compreendo a ignorância e o obscurantismo que caracterizam muitos dos nossos concidadãos na diáspora, aliada a uma "diplomacia diabólica" do nosso adversário político.

2

O PRS tem de melhorar a sua comunicação. É dos aspetos em que o PRS tem falhado de forma clamorosa. O poder de alcance da palavra é inimaginável. E, na democracia, nada (des) constrói como a palavra. A comunicação do Partido deve nortear-se por uma linguagem politicamente ortodoxa e pedagógica.

A adaptabilidade é sinal de inteligência e de sobrevivência. Como é sabido, os organismos que não conseguem adaptar-se aos novos ambientes e às novas relações de força nos seus contextos ecológicos, estão condenados ao desaparecimento. O PRS precisa reformular as suas práticas e as suas estratégias para ser mais credível aos olhos dos seus militantes e simpatizantes.

A grande disfuncionalidade que tem caracterizado o PRS nos últimos anos denuncia um sinal clarividente da enormidade de défice da democracia e do diálogo internos, quiçá arrogância de alguns dirigentes. Isso é votar o Partido ao imobilismo. A modernização do Partido pressupõe assunção de responsabilidade de todos nós, particularmente os dirigentes; redefinição de estratégias e práticas de actuação; tornar o Partido mais ágil, mais transparente e cada vez mais próximo do povo. É uma tarefa espinhosa, sei, mas é imprescindível.

Modernizar o Partido significa para mim, salvo melhor entendimento, o seguinte:

 

Ter órgãos com capacidade técnica, política e operativa;

 

Ter capacidade de comunicação a altura do pergaminho de um partido moderno2;

Por um PRS vencedor

10

 

 

Criar estruturas intermédias susceptíveis de federar e/ou supervisionar eficientemente as organizações de base e sejam verdadeiros interfaces entre estes e os órgãos centrais;

 

Introduzir princípio de elegibilidade obrigatória para o exercício das funções de direcção nas estruturas directivas do Partido;

 

Criar um órgão informativo credível com a finalidade de formar, informar militantes e fomentar a reflexão e o debate interno no Partido;

 

Criar uma estrutura responsável concomitantemente pela pesquisa e reflexão política nas áreas e nos domínios que interessam a vida da sociedade e à governação e pela elaboração do programa de governação do Partido;

 

Exigir, na verdadeira acepção da palavra, de cada estrutura um projecto de intervenção política – programas, estratégias e metas – avaliar o seu cumprimento e imputar responsabilidades;

 

Ser exigente e rigoroso na prestação de contas;

 

Seleccionar militantes mais versados e capacitados para uma intervenção pública nos domínios das suas competências e experiencias profissionais;

 

Seleccionar e escolher entre os melhores para dirigir;

 

Apresentar a figura do eventual Primeiro-Ministro antes do escrutínio;

 

Informatizar a gestão e actualização de ficheiros dos militantes

 

Ect.

Julgo que estas estratégias, entre outras, ajudarão o Partido a se renovar e se preparar suficientemente para o combate político que se avizinha e que não se afigura fácil. Por um PRS vencedor

11

 

5. Que estratégias para mudar o Partido?

A estratégia é uma ciência de operação ou se quisermos, uma combinação engenhosa para conseguir um fim. Para lá do debate teórico que se possa travar quanto ao valor semântico desta palavra, o que me interessa pouco nesta reflexão, considero de importância superlativa que qualquer definição das estratégias do PRS deve basear-se na perspectiva de dar respostas as seguintes interrogações:

 

De que maneira é possível alcançar o êxito político?

 

Será que as novas gerações se reconhecem nos líderes actuais e nas suas mensagens?

 

Como alargar a base de apoio e espaço de influência no campo e na cidade?

 

Como regenerar a imagem do Partido nos planos interno e externo?

 

Etc.

Estas interrogações são legítimas, na medida em que apelam a uma profunda reflexão sobre o

 

status quo em que o Partido se encontra politicamente como consequência de uma conotação pejorativa de ser um Partido dos incultos e, no pior dos cenários, como um partido de pendor étnico. Se é certo que urge o PRS encontrar a renovada proximidade com o povo, não é menos certo que isso passa por uma revolução tranquila no partido. Isso é possível, se bem que a política é arte do possível.

O nosso Partido tem de se erguer à altura dos pergaminhos hodiernos, o que pressupõe forjar uma cosmovisão partilhada do país, identificar camadas e categorias sociais susceptivéis de assumir o protagonismo de renovação e fazer vingar novas ideias e novo projecto político e societal. Um projecto desenvolvimentista apelativo para a maioria da população.

Renovar o PRS tem que passar pela sua abertura à juventude, numa perspectiva de miscigenação das gerações em que é indispensável a conjugação da sabedoria e experiência da velha-geração com o entusiasmo e a energia da juventude. Esta dimensão da vivência geracional é em si um Por um PRS vencedor

12

trunfo que não se deve olvidar nem relegar para segunda linha das prioridades, se o Partido quiser novos sonhos e novas conquistas.

Requer, igualmente, privilegiar franjas sociais cujo

 

background académico e profissional são uma mais-valia para a concepção de políticas consentâneas e garantem a sua materialização em decorrência dos desafios que a sociedade actual, trivialmente denominada sociedade de conhecimento, sugere. Ou seja, é preciso investir no capital humano sob pena de actuaçao do Partido ficar desfasada da realidade e com isso reproduzir atrasos e ignorância;

No plano interno, promover conferências nacional, provincial, regional, etc., de sorte a procurar reforçar o seu impacto. Os temas de conferências devem ser estrategicamente escolhidos em função de objetivos do Partido e do contexto territorial previamente identificado; criar a chamada "primavera renovadora" ou conforme quisermos, conferência anual com vista a captação, preparação e inserção de jovens para a vida política;

No plano externo, procurar afirmação do Partido através de aliança com os Partidos com os quais partilha afinidade ideológica. Procurar parceiros económicos privilegiados capazes de apoiar o Partido na sua anemia financeira. Por um PRS vencedor

13

 

6. Exortação

Espero com isso ter contribuído o suficiente para recolocar o Partido na senda das vitórias. Mas, para que isso possa acontecer, todos nós temos que reconhecer que cometemos erros que nos custaram ignomínia. Por isso devemos ter a atitude proactiva de corrigi-los e aprender com eles. Isso transformará literalmente o fracasso em sucesso. Como declara Watson: " o sucesso é o outro lado do fracasso".

Deixar de reconhecer o erro, de corrigi-lo e de aprender a lição nele contida, é, entretanto, um erro de outro tipo. Esta atitude conduz geralmente a pessoa ao caminho da autocomplacência, das desculpas que sem mais raridade incluem

 

mentiras racionais, para si e para os outros. Este segundo erro, esta fuga, reforça o primeiro. Dá-lhe importância desproporcional e causa um mal enorme aos objectivos individuais e colectivamente preconizados. Não devemos resignar no pessimismo derrotista.

Não é o que os outros fazem, ou mesmo os nossos próprios erros, que causam a dor maior. É a resposta a essas coisas. Como é do conhecimento de todos, correr atrás de cobra venenosa que nos picou só serve para espalhar o veneno por todo nosso sistema circulatório. Muito mais eficaz é tomar prontamente medidas para eliminar o veneno do organismo.

Covey afirma: "nossa reacção a qualquer erro afecta a qualidade dos momentos seguintes. É importante admitir e corrigir imediatamente nossos erros, de forma que eles não ganhem força para influenciar os momentos posteriores e possamos retomar o controlo".

VIVA PRS!

VIVA PRS!

A TODOS BEM-HAJA!