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EDITORIAL

 

MANIFESTO DA MINHA CANDIDATURA ÀS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS ANTECIPADAS DE 18 DE MARÇO PRÓXIMO

 

 

 

Povo Amigo da Guiné-Bissau

Cidadãs e Cidadãos

É com orgulho e apreço que vos dirijo as primeiras palavras, após o depósito da minha candidatura às eleições presidenciais de 18 de Março próximo.

Estou plenamente consciente das responsabilidades que me aguardam, e asseguro-vos desde já, que farei tudo o que estiver ao meu alcance para que as legítimas expectativas criadas em torno da minha candidatura sejam inteiramente satisfeitas.

Nas minhas funções como Chefe de Estado, caso venha a ser eleito, nunca deixarei de estar ao lado e ao serviço do meu povo na luta incessante para a instituição de fóruns nacionais de amplos debates, conducentes à promoção da justiça, condição sine qua non para o restabelecimento da paz e da estabilidade.

Também estarei ao lado daqueles cuja justiça merece ser feita em nome da dignidade readquirida, quando um dia resolveram e bem, pegar em armas para a restituição da nossa liberdade através da conquista da independência nacional. Tudo farei para que aos nossos combatentes da liberdade da pátria seja restituída a honra e dignidade merecidas.

Cidadãs e Cidadãos 

Candidato-me a Presidente da Republica por considerar que o meu País atravessa uma crise cada vez mais insustentável de mais de três décadas, e por ter a consciência de que posso e tenho o dever de dar o meu melhor para ajudar a ultrapassá-la.

Sou patriota e decidi candidatar-me, no momento difícil que o País atravessa, porque tenho uma ideia para a Guiné-Bissau e confio no meu Povo.

A minha vida tem sido, ao longo de mais de 30 anos, de apoio aos mais desfavorecidos, e sempre em defesa dos direitos dos que mais sofrem e dos Direitos Humanos. Aprendi muito, mesmo em termos políticos, com a experiência internacional que adquiri. Nas mais difíceis e duras situações, nunca virei a cara e nunca abandonei um ser humano, fosse qual fosse a sua raça, condição social, credo religioso ou opção política

A essência e a grandeza da acção política devem ser essa. Ter sempre presente, e em todas as circunstâncias, que a melhoria e a dignificação das condições de vida das pessoas é a principal razão de ser da actividade de qualquer político e nomeadamente do Presidente da República.

Como todos sabem – e eu tenho repetido – os Partidos políticos são instituições essenciais à Democracia. Mas não a esgotam. A participação cívica dos cidadãos, agrupados ou não em associações de defesa dos Direitos Humanos e outras – e a sociedade civil no seu conjunto – também tem um importante papel numa Democracia, como a nossa, que sendo representativa também é participativa.  

Por isso mesmo, defendo os Partidos, o multipartidarismo e a representação proporcional.

A nossa República, que já vai em quase quatro décadas de existência, está consolidada, no pensamento da esmagadora maioria dos cidadãos guineenses. Mas não há verdadeira Republica sem Democracia. Nem Democracia, como disse, sem Partidos e sem Pessoas. Candidatar-me a Presidente foi um acto unipessoal. Tenciono exercer as funções de Presidente, se for eleito, como espero, com total independência e no escrupuloso respeito pela Constituição da República.  

Sou partidário do sistema semi-presidencialista, que se tem revelado suficientemente sólido e flexível para responder às diferentes situações por que temos passado. Procurarei estimular, no exercício das minhas funções, uma cidadania activa, impregnada de espírito social e ambiental, com o objectivo de ultrapassar os problemas que nos afligem hoje e fazer avançar a Guiné-Bissau. Mas, como democrata, sou partidário da divisão de poderes do Estado e não interferirei nas competências do Executivo nem do Legislativo, bem como respeitarei as regras de um Estado de Direito, que nos cumpre aprofundar.

A nossa sociedade tal como é estruturada gera desigualdades. Todos o sabemos e a crise financeira actual é a prova disso. É ao Estado, nos seus diferentes poderes, que compete corrigi-las. O Presidente, nos termos da Constituição, deve exercer – e bem – as funções de moderador e árbitro, utilizando a chamada “magistratura de Influência”. Não devemos, no entanto, ignorar a responsabilidade social das empresas, nem a dimensão cidadã dos trabalhadores.

Um Estado prestigiado junto dos cidadãos deve ter uma estratégia de desenvolvimento sustentável. O que significa uma dimensão social e ambiental permanente.

O Estado não deve delegar funções essenciais na defesa do bem público e na promoção da coesão social e nacional, indispensáveis a uma verdadeira modernização do País.

Defendo um Estado social forte, apoiado num moderno Serviço Nacional de Saúde, e num Ensino Público de qualidade.

Sei, por experiencia própria, a enorme importância que tem para as famílias em aflição, o Serviço Nacional de Saúde, tendencialmente gratuito, a educação e a alimentação dos filhos. Daí a minha preocupação social e ambiental, que é genuína, como a minha vida o demonstra.  

Como disse, o primeiro dever do Presidente da República consiste “em cumprir e fazer cumprir a Constituição”. Esse será o seu juramento inicial, a que tem o dever estrito de fidelidade. Os Guineenses que me elegerem podem contar em absoluto com este meu compromisso.  

Quem define a política é a Assembleia Nacional Popular, que aprova o Programa do Governo, sufragado pelo voto popular.

O Presidente da República é um árbitro e um moderador, que deve acompanhar de forma dinâmica e construtiva a acção dos outros órgãos de soberania. Mas é também um mobilizador para congregar as vontades e as energias nacionais, impulsionando o País para o progresso. Como Presidente prometo estar próximo do Povo. Ouvi-lo e ajudá-lo, na medida das minhas competências.

No que respeita à defesa dos direitos dos Guineenses não serei neutral nem passivo.

Não interferirei nem dificultarei a vida do Governo, qualquer que seja. Mas não presidirei, indiferente, perante o eventual desgoverno do País e a degradação das condições de vida dos Guineenses.  

Não usurparei nenhum poder que não me caiba pela Constituição, mas não prescindirei de exercer nenhum dos que me competem.  

Como Presidente, irei assegurar que a voz dos mais desprotegidos e dos excluídos seja escutada, bem como a de todos os Guineenses.

Os tempos estão a mudar. Ao longo de toda a minha vida de trabalho, de intervenção social, conheci o valor da solidariedade, não em palavras pronunciadas em período eleitoral, mas pelos milhares de vidas que deram sentido à minha própria vida.

Aprendi que para uma família, atingida pelo flagelo do desemprego ou pelo estigma da miséria, mais importante do que a retórica são as soluções; mais importante do que as promessas é a esperança fundada numa acção transformadora e solidária.

Para mim, pobreza, doença e fome, não são imagens literárias, ou factos de continentes longínquos, são realidades ainda existentes no nosso País que, infelizmente, conheço bem e que devemos lutar para eliminar.

Tenho a experiência, a sensibilidade e a intenção de actuar enquanto Presidente da Republica, no sentido de incentivar todas as medidas que permitam o desenvolvimento de acções e políticas que eliminem da nossa sociedade os factores de exclusão e de subdesenvolvimento que nos envergonham a todos, hoje, no país de Amílcar Cabral.

Todos conhecemos a situação do nosso País. Temos de ter consciência das nossas fragilidades e encontrar as soluções. Temos que lutar contra o défice externo e o nosso endividamento, público e privado. Sem abandonar o crescimento da nossa economia, para podermos dar resposta eficaz ao desemprego, à pobreza e à fome que já atinge muitos Guineenses e que deveria ser para todos nós motivo de indignação e vergonha.

É necessário reduzir as desigualdades e fomentar a criação de riqueza. Urge encontrar outros modelos de desenvolvimento e recolocar o ser humano como o centro de toda acção governativa, económica e política.

Mesmo quando os tempos parecem adversos os nossos problemas podem ser ultrapassados.

Eu acredito nisto porque creio que todos os nossos problemas resultam de erros cruciais que o País cometeu, mas que podem ser corrigidos.  

Acredito que isso estará ao nosso alcance. Os nossos problemas podem ser ultrapassados.

O que pressupõe audácia na mudança, coragem política e o regresso aos valores e princípios éticos fundamentais.

O Presidente tem que ser um mobilizador, tem que saber transmitir a esperança e o orgulho de sermos Guineenses.  

A minha actuação como Presidente será também a de inspirar os cidadãos e de impedir, pelo exemplo e pela exigência, que os interesses, tocados pela corrupção, possam sobrepor-se aos princípios da justiça e da imparcialidade.

O que só pode ser resolvido pela cooperação solidária entre todos os Guineenses, sendo reforçada a coesão social.

Sustento a decisão de me candidatar, no profundo amor que tenho à Guiné-Bissau, no respeito pela sua gloriosa História e no grande orgulho pela dimensão universal que o nosso Povo conquistou com a gesta heróica da luta de libertação.

Não vou pactuar em discussões artificiais, não vou sustentar manobras de diversão que nos distraiam dos problemas essenciais, não vou condescender com a retórica vazia.

Vou contribuir, com todas as minhas forças, para desenvolver a unidade solidária e a coesão entre os Guineenses, quaisquer que sejam as suas origens, condições sociais, crenças e ideologias.

Para mim, não existem Guineenses de primeira e de segunda. Não existem Guineenses espertalhaços e Guineenses condenados a um destino de miséria.

Todos merecem as mesmas oportunidades, todos merecem o mesmo respeito, todos merecem viver com dignidade, todos merecem que o Estado os olhe como iguais. Igualdade perante a Lei, igualdade de género – entre homens e mulheres – igualdade de oportunidades.

Sou o Candidato de todos os Guineenses e vou ser, graças ao vosso voto, o Presidente de todos.

Esta é uma candidatura de inclusão, de unidade, de esperança e de cooperação entre todos.  

Do que precisamos na Guiné-Bissau não é de divisão, do que precisamos na Guiné-Bissau não é do efeito destrutivo de conflitos artificiais e mesquinhos, do que precisamos na Guiné-Bissau não é de intriga, do que precisamos na Guiné-Bissau não é de perder tempo.  

O que a Guiné-Bissau precisa é da mobilização de todos os Guineenses, de todos os sectores sociais e produtivos, da sua capacidade de trabalho, de inteligência, preparação profissional e capacidade empreendedora. Precisamos de bons empresários, que tenham consciência social e sentido patriótico.

O que a Guiné-Bissau precisa é que se forme um sentimento de Justiça e Solidariedade para todos, independentemente das suas crenças e ideologias, e em especial, claro, para os que mais sofrem.

Não é possível investir com segurança sem empresas bem sucedidas, e não é possível ter empresas bem sucedidas sem trabalhadores motivados e empenhados.  

Mas sem oportunidades económicas, sem empregos, as pessoas estão condenadas a viver na miséria e no desespero.

Se dermos a oportunidade aos Guineenses, para trabalharem por um salário justo, e uma evolução pessoal, que permita aos seus filhos segurança, educação, alimentação e saúde, os efeitos benéficos da economia farão imediatamente sentir-se.

O maior benefício económico, a longo prazo, será que os filhos e filhas dos mais humildes, possam vir a ser também, professores, médicos, empresários, agricultores, cientistas, artistas e intelectuais competentes.

A Guiné-Bissau está numa encruzilhada entre dois caminhos muito diferentes de desenvolvimento.

O mau é o da ganância, dos negócios corruptos, da degradação da autoridade do Estado, da ausência de valores democráticos, éticos e de justiça, do descrédito do próprio sistema democrático.

O bom é o do exemplo, do trabalho e da recompensa pelo mérito, da eficácia da justiça, da transparência do Estado, no despesismo público e privado, da solidariedade e compaixão pelos menos privilegiados.

A nossa prosperidade económica e desenvolvimento como país dependem, em grande parte do caminho que tomarmos. As novas gerações têm os olhos postos em nós. Mas, atenção, pensam pelas suas cabeças. É para eles e por eles que devemos trabalhar.

Por mim, como Presidente, tentarei, fazer compreender a cada um dos Guineenses que as suas vidas são igualmente importantes e que todos merecem os mesmos direitos e o mesmo respeito pela sua dignidade.

Há demasiadas coisas em risco para as famílias às quais o espectro do desespero e da fome bate à porta, para muitos trabalhadores idosos, que olham para a pequena reforma com apreensão, para os jovens que não encontram emprego nem espaço para a realização dos seus sonhos. Há demasiadas coisas em risco para que não nos ergamos e tomemos o futuro nas nossas mãos.  

Este é o momento, esta é a vossa candidatura, eu serei – se assim o quiserem os eleitores - o intérprete das vossas vontades, dos vossos sonhos e das vossas esperanças.

Serei sempre contra a injustiça feita ao pobre ou feita ao mais abastado dos cidadãos, muito embora a pobreza seja a própria injustiça reflectida.

Tenho uma visão para a Guiné-Bissau e da Guiné-Bissau. Luto por mais democracia, mais justiça social e mais justiça económica, menos desigualdades e contra a exclusão social. Mas também por mais crescimento económico, por boas empresas e por um maior prestígio externo da Guiné-Bissau.

Não podemos aceitar a divisão dos Guineenses, quando o que realmente necessitamos, é que pessoas com opiniões diferentes se juntem, com respeito mútuo, para cooperar nas soluções dos nossos problemas.

Sou o candidato da cidadania. Serei a voz da exigência, da indignação e da denúncia 

Decidi candidatar-me neste momento, porque acredito profundamente, que não podemos resolver os desafios que a Guiné-Bissau enfrenta se não o fizermos juntos, e que uma candidatura realmente independente, nascida da cidadania, é capaz de mobilizar as vontades de todos.

A Guiné-Bissau não é um país pequeno – temos uma rica zona marítima. Não é um país periférico – estamos inseridos numa zona geoestratégica da maior importância.

Os Guineenses devem convencer-se da importância que têm e do valor incomparável da sua História.

Quando for eleito Presidente, proponho a realização de seis desígnios que considero fundamentais para um Estado Democrático mais justo e desenvolvido:     

1. Lutar contra a falta de esperança:  

Ao Presidente cabe unir e mobilizar todos os Guineenses na luta pelo desenvolvimento sustentável e na modernização do País.

Fazer com que os Guineenses voltem a acreditar no seu futuro e na Guiné-Bissau, procurando também deste modo diminuir o fluxo migratório.

2. Garantir a transparência da Política:

Para voltarem a acreditar, têm que recuperar a confiança nos políticos. A transparência é essencial. Só ela pode acabar com a mais violenta chaga da nossa democracia: a corrupção nacional estatal e empresarial.  

Dar força ao combate a todos os tipos de criminalidade e, em especial, ao combate contra o tráfico ilícito de drogas.  

O Presidente tem que tornar público o seu empenhamento directo e activo na luta contra a corrupção, a promiscuidade, a confusão de funções políticas e privadas, a nomeação por favoritismo pessoal e partidário.

Como Presidente actuarei para valorizar e tornar público o mérito, o valor do trabalho, a solidariedade e a coragem de trabalhadores e empresários, sindicatos e empregadores, empenhados na criação de uma Guiné-Bissau mais justa e desenvolvida.

3. A reforma do Estado:

O Presidente deve dinamizar uma profunda reforma da justiça e deve oferecer todo o seu apoio político e legitimidade própria a uma reforma do Estado que o torne mais moderno, eficaz e transparente, onde os cidadãos se revejam e confiem.

Do desenho das futuras autarquias às funções dos serviços públicos, do peso do Estado ao serviço prestado ao cidadão, da crise financeira à definição de um novo estatuto de funcionário público e à abolição da confiança partidária na nomeação de cargos dirigentes da administração pública.

Acredito também que a Assembleia Nacional Popular deveria reduzir o número dos seus Deputados, uma forma efectiva de melhorar essa representação e de obrigar a melhorar os próprios Partidos políticos.

4. Apostar na competitividade:

Enquanto Presidente, apoiarei todas as iniciativas que visem tornar a economia guineense mais dinâmica e tenham por fim a criação de emprego, elemento essencial à prosperidade do País e à justiça das relações sociais. O flagelo do desemprego pode ser combatido e vencido.

É fundamental incrementar a investigação científica, a ligação entre as Universidades e as empresas, a inovação e a criatividade. Todos os estudos sobre o índice de desenvolvimento humano apontam na mesma direcção: A Guiné-Bissau está a atrasada. Novos e agressivos actores entraram em cena na economia global.

A falta de competitividade está ligada à burocracia da fiscalidade, à ineficácia da justiça e às limitações na educação.

Na Presidência serei um desburocratizador, um pedagogo e um representante do melhor que temos na Guiné-Bissau.  

 

5. Delinear um desenvolvimento sustentável:  

Não temos tido um modelo de desenvolvimento coerente e assente em bases duradouras. O nosso desenvolvimento assenta-se nos recursos angariados pela ajuda internacional e no consumo interno, o que é totalmente insustentável.  

Enquanto Presidente tenciono ajudar a promover a agricultura e a definir o paradigma do futuro do Pais e a perceber que outras actividades económicas podem ser sustentáveis a longo prazo sem destruir os nossos recursos naturais.

O Presidente deve ajudar a discutir estratégias, a ter uma visão de longo prazo e a pensar o futuro.  

6. Defender os Direitos promovendo a Cidadania:

Como Presidente caber-me-á:

  • Incentivar a igualdade de direitos entre homens e mulheres que embora reconhecida constitucionalmente está longe de ser efectiva.
  • Valorizar as comunidades guineenses radicadas no estrangeiro que tanto têm feito pelo bom nome da Guiné-Bissau.
  • Promover em todos os sectores da vida nacional, uma cultura de qualidade, exigência, responsabilidade e avaliação.
  • Contribuir para que o mérito, a iniciativa, o esforço, o trabalho e a capacidade realizadora sejam os valores de referência na nossa sociedade.
  • Estimular todas as formas de associativismo e de intervenção cívica dos guineenses para a resolução dos seus problemas e para a participação na vida política nacional.

Candidato-me contra a injustiça, contra a indiferença e por uma Presidência em que todos os Guineenses possam confiar e reconhecer-se, sabendo que o Presidente em quem votaram não os abandona e estará particularmente vigilante na defesa dos seus direitos.  

Do Norte ao Sul, do Este ao Oeste, a Guiné-Bissau é a soma dos nossos sonhos. A nossa Pátria é os Guineenses.

Este é o momento, esta é a vossa Candidatura. Eu serei o intérprete das vossas vontades, dos vossos sonhos e das vossas esperanças  

Mas vou pedir-vos que façam a vossa parte, que no dia 18 de Março de 2012 se ergam e deixem bem patente a vossa marca na História. Não deixem que outros decidam por vós, participem em consciência na escolha do vosso Presidente.  

Esse será o dia em que todos em conjunto transformámos o sonho em realidade, será o dia em que cada voto vai realmente contar.

No dia 18 de Março, com coragem, com esperança e audácia, vamos recomeçar a Guiné-Bissau.

 

Bissau, 14 de Fevereiro de 2012

 

Dr. Koumba Yalá

 

 

 

 

 

Discurso Proferido pelo Presidente em Exercício no Final do Ano de 2011

 

 

 

Caros Militantes e simpatizantes

 

Caros colegas dirigentes

 

É com honra que se me incumbe o superior dever de proferir algumas palavras no final de mais um ano.

 

Na verdade, e apesar das grandes adversidades vividas pelo Partido da Renovação Social, ao longo deste ano de 2011, acho que todos nós, sem excepção, nos devemos congratular pela forma elevada e abnegada com que chegamos ao final de mais um ano, prestando um precioso serviço ao país e ao povo guineense.

 

Em nome do Presidente do Partido da Renovação Social, Dr. Kumba Yalá, em nome da direcção cujo mandato terminará com o próximo Congresso, em meu nome próprio, e ainda na minha qualidade de Presidente em Exercício, devo expressar o meu sentimento de gratidão e orgulho, pelo ideal alicerçado no projecto de sociedade desta grande formação política, que é o PRS, sem a qual não estaríamos aqui, a consubstanciar de forma coesa e fraterna toda a sociedade guineense, e a pugnar para que a simbologia das nobres palavras de Liberdade, Transparência e Justiça, façam sentido, e se traduzam em concreto na melhoria de condições de vida do nosso povo.

 

Quero ainda crer, e faço votos para que todos os dirigentes, militantes e simpatizantes do Partido da Renovação Social, estejam bem conscientes do momento crítico e difícil que a nossa pátria atravessa, e também, por isso mesmo, acredito firmemente, que as nossas iniciativas no próximo ano, seja qual for a direcção saída do próximo Congresso, serão totalmente capitalizadas em benefício de uma profunda reflexão para os amplos desafios que se apresentarão à Guiné-Bissau e ao seu martirizado povo.

 

Os esforços de uma verdadeira reconciliação, de que o nosso país carece, não serão nunca concretizados sem uma verdadeira coesão nacional. Estes objectivos apenas poderão ser alcançados com o empenhamento de todos os guineenses em geral.

 

Como todos devem saber, o momento não é propício para querelas e divisões internas, que facilmente seriam aproveitadas pelos nossos adversários. Por isso, espero um exemplo de empenhamento particular no seio da família dos Renovadores, na concretização destes anseios, para uma verdadeira coesão interna do partido.

 

Quero ainda sublinhar que o nosso grau de responsabilidade como partido alternativo de poder, é tanto maior, quanto maiores forem as nossas exigências na formulação, e na melhoria das nossas estratégias políticas, conducentes à solução dos grandes problemas que se colocam à nossa pátria e ao nosso povo.

 

Por isso relembro a todos aqueles a quem for confiada a nobre tarefa da condução dos destinos do partido, a total transparência, e empenhamento na realização dos objectivos fixados, para que os próximos pleitos eleitorais sejam coroados de êxito em benefício do Partido da Renovação Social.

 

Para finalizar, gostaria de desejar aos militantes do PRS, os votos de um bom ano, próspero, e de um período de boa reflexão sobre as soluções dos grandes problemas que neste momento constituem um obstáculo ao desenvolvimento da Guiné-Bissau.

 

Viva o PRS

 

Viva a Guiné-Bissau

 

Ibraima Sory Djaló

 

 

 

 

COMUNICADO

 

 

 

Depois de uma reunião de profunda reflexão sobre os últimos desenvolvimentos dos acontecimentos político-militares do dia 26 do corrente, a Comissão Executiva do Partido da Renovação Social torna público o seu posicionamento, face à campanha de desinformação que Carlos Gomes Júnior e o seu governo pretendem levar a cabo, não só para escamotear a verdade dos factos, mas também para confundir as reais motivações que estão por detrás desta cabala.

 

Para o Partido da Renovação Social, o cenário que está a ser montado pelo PAIGC de Carlos Gomes Júnior para a conquista do poder absoluto, está a vista de toda a gente, e só os mais incautos é que não a vêem. Os guineenses hão-de acordar um destes dias, e serem surpreendidos com uma invasão em larga escala de tropas estrangeiras, nomeadamente da CEDEAO, para justificar o tamanho desnorte em que se encontra mergulhado o país.

 

O PRS começa por denunciar a primeira peça montada para o cenário que se aproxima. O destacamento militar angolano, é ilegal, mas o governo de Carlos Gomes Júnior, com alguma cumplicidade do Presidente da República, contornou todas as regras constitucionais para justificar o aquartelamento dessa força no Palace Hotel em Bissau. A presença militar angolana, armada até aos dentes, não tem uma explicação plausível, num Estado, que nem em guerra de baixa tensão se encontra. Para aconselhar, e promover formação às nossas Forças Armadas, não são necessários carros blindados TT.

 

Esta é a prova firme das repetidas denúncias que o Partido da Renovação Social tem feito em vários fóruns. E esta é também, uma irrefutável afronta à nossa soberania. Não é preciso relembrar aos nossos irmãos angolanos, que este povo não hesitaria um segundo sequer, para voltar a pegar em armas, a exemplo do que já fez contra o exército colonial, e mais recentemente contra a ocupação ilegal das tropas senegalesas e guineenses de Conakri, quando se sentiu ameaçada na sua dignidade e na sua soberania.

 

Se a memória não é curta, os nossos amigos angolanos deviam ser os últimos a embarcar nesta aventura ilegal e inconstitucional de afronta a um povo irmão soberano e independente. Foi este povo em armas, que nas vésperas da proclamação da independência de Angola, ajudou a repelir o inimigo racista sul-africano às portas de Luanda.

 

 

 

 

O Partido da Renovação Social exorta os cidadãos de boa vontade a compreenderem o que se está a passar. A nossa soberania e independência conquistadas com muito sangue e sacrifício, encontram-se ameaçadas, por vontade de meia dúzia de pessoas que nem sequer se encontravam no mesmo lado da trincheira, dos que deram a vida para que hoje a nossa independência fosse possível. Antes pelo contrário, mal descortinou um momento de fragilidade, Carlos Gomes Júnior apoderou-se de forma abusiva do partido de Cabral, usando a fortuna adquirida na delapidação de uma empresa pública para comprar consciências.

 

Para o bem da democracia, o povo guineense tem o direito de saber do verdadeiro estado clínico do Presidente em quem votou. Não se pode alienar a saúde do Presidente da República para servir fins obscuros. A transparência é um elemento crucial em democracia.

 

Ou será que já sabem que o Presidente Malam Bacai Sanhá terá morrido, daí as causas de movimentações estranhas?

 

O Partido da Renovação Social é uma formação idónea, nunca recebeu, e não recebe lições de democracia de ninguém, e muito menos de um chefe militar, de quem se espera contenção e reserva nas declarações, e sobretudo, submissão ao poder civil. O PRS sabe que só existe legitimação do poder através das urnas, por isso, convidamos o autor das lições de moral e de democracia, a dá-las a Carlos Gomes Júnior, o primeiro-ministro que acabou de afirmar em declarações públicas, que quando Nino Vieira foi barbaramente assassinado, ele foi convidado a assumir as funções de Presidente da República.

 

Por quem?

 

Para o PRS esta matéria é clara, não existem dispositivos na nossa Constituição da República que permitam convites ao cargo da mais alta magistratura da Nação depois do assassínio de um Presidente.

 

Para o Partido da Renovação Social também é clara a disposição legal que proíbe detenções nocturnas a qualquer cidadão, e a situação ainda é piorada quando se trata de assalto à bazucada e morteirada à residência de um deputado da Nação, que segundo a vizinhança já não se encontrava no local. A chefia das instituições da República não compadece com encomendas de assassinatos por uma pessoa que passou de activista dos direitos do homem, a ministro assassino.

 

Ao Partido da Renovação Social só resta exigir a exoneração imediata do ministro do interior Fernando Gomes pela sua gestão criminosa no assassinato do agente Iaia Dabó, quando este voluntariamente se ia apresentar às autoridades.

 

A maior anedota do ano é a história mediática da alegada insurreição do passado dia 26. As nossas chefias militares resolvem embarcar na encenação do golpe e apresentam aos media, dois ou três indivíduos de carácter e credibilidade duvidosas para nos contarem histórias de embalar. As imagens das próprias residências que supostamente serviram de esconderijo aos armamentos não merecem a mínima credibilidade.

 

  • Veja-se a manifesta diferença no aspecto de conservação das espingardas supostamente encontradas debaixo da cama e as outras.   

 

  • Como é possível o assalto a um paiol de armamento militar à paulada?

 

  • A marinha de guerra não dispõe de um paiol, ao ponto de ser necessário enviar três espingardas para o respectivo assalto?

 

  • Na pátria que Cabral imaginou e fundou, também era prevista a aterragem de aeronaves carregadas de narcóticos nas vias rodoviárias, em vez de aeroportos?

 

O governo de Carlos Gomes Júnior mobilizou todos os esforços, e conseguiu, que o encontro previsto entre o Presidente da Comissão da União Africana Jean Ping e os partidos da oposição, não se realizasse porque o governo quis impedir que ficasse na posse de informações fidedignas sobre este caso.

 

O Partido da Renovação Social considera que as movimentações militares do dia 26 de Dezembro não passaram de uma simulação engendrada pelo governo de Carlos Gomes Júnior e a ala militar que lhe é afecta, para empurrar para a reforma compulsiva certas figuras incómodas da hierarquia militar, porque não dispõe de dinheiro para uma verdadeira reforma no sector da defesa e segurança.

 

Por outro lado, o Partido da Renovação Social considera que o que verdadeiramente está em causa, é um novo desembarque de drogas com a cumplicidade do governo de Carlos Gomes Júnior. Desta vez, esta operação terá desencadeado o total desacordo de uma das partes, o que veio a dar certamente origem à encenação de um Coup d’état.

 

Ao povo guineense o Partido da Renovação Social pede vigilância e poderá, contar como sempre contou connosco, porque continuaremos firmes e vigilantes, para que as suas expectativas não sejam defraudadas.

 

Bissau, 31 de Dezembro de 2011

Ibraima Sori Djaló/Presidente em Exercício

 

 

 

COMUNICADO DE IMPRENSA

 

 

Após exaustiva reflexão sobre o desaparecimento físico do Presidente Malam Bacai Sanhá, o qual o Partido da Renovação Social lamenta profundamente, a Comissão Política vem tornar pública a sua posição política relativamente ao acontecimento, tendo em conta a necessidade de continuação do aprofundamento da democracia, da consolidação das instituições nacionais, da promoção da justiça, essências da paz e da estabilidade.

O Partido da Renovação Social apesar de total obediência à Constituição da República, e sem pôr em causa o preceituado constitucional, vem publicamente manifestar o seu repúdio à assunção de Presidente da República Interino, pelo Dr. Raimundo Pereira actual Presidente da Assembleia Nacional Popular por esta entidade não merecer a nossa confiança política.

O Partido da Renovação Social lembra ao povo guineense, e a comunidade internacional de que o actual Presidente Interino Dr. Raimundo Pereira fez parte da estratégia de silenciamento e opressão do PAIGC de Carlos Gomes Júnior, quando, após a morte em 2009 do Presidente da República Nino Vieira, não deu garantias de competência na gestão corrente do país, incorrendo em práticas ilegais e atropelos à Constituição da República nos seguintes actos:

  1. Violação do nº 3 do artº 71 da Constituição da República da Guiné-Bissau, que fixa o prazo máximo de 60 dias para marcação de eleições presidenciais em caso de morte de Presidente da República.
  2. Nomeação de um Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas e respectivos chefes de ramo, sem poderes constitucionais para tal, que viria a protagonizar um dos mais sangrentos episódios da nossa democracia ao mandar assassinar, segundo declarações do mesmo, a mando do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, dois ilustres deputados à Assembleia Nacional Popular, respectivamente Hélder Proença e Baciro Dabó.
  3. Sempre que o Dr. Raimundo Pereira assume a interinidade na Presidência da República ocorrem inventonas de golpes de estado e assassinatos de adversários políticos, como são os casos de 4 e 5 de Junho de 2009 e o caso mais recente do dia 26/12/2011 do bárbaro assassinato em praça pública em frente ao Ministério do Interior, na presença dos Senhores Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, do Deputado Conduto de Pina do PAIGC e do Sindicalista Filomeno Cabral, do Sr. Major Iáia Dabó que voluntariamente se entregara às autoridades.
  4. O PRS não pode caucionar uma personalidade que tenha prorrogativas de poder vir no imediato a destituir o actual Procurador-geral da República.

O Partido da Renovação Social vem comunicar ao povo guineense e à comunidade internacional de que não pode deixar de ligar estes factos aos recentes acontecimentos que o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior se apressou a chamar de golpe de estado. Afinal, as autoridades competentes já sabiam do desaparecimento físico do Presidente Malam Bacai Sanhá desde o dia 26 de Novembro último, mas por razões inconfessáveis só agora nos foi confirmado o falecimento do Presidente Malam Bacai Sanhá.

Bissau, 10 de Janeiro de 2012

 

Ibraima Sori Djaló

O Presidente em Exercício

 

 

NOTA DE CLARIFICAÇÃO À IMPRENSA

 

 

No âmbito das dúvidas suscitadas pelo posicionamento político do Partido da Renovação Social sobre a assunção do Dr. Raimundo Pereira ao cargo interino de Presidente da República, a Direcção Superior do PRS vem clarificar a mesma tomada de posição nos seguintes moldes:

O Partido da Renovação Social como partido alternativo de poder, e consciente das suas responsabilidades republicanas e democráticas, não extravasará os limites jurídico-constitucionais que regulam a matéria do preenchimento interino da vagatura do cargo de Presidente da República.

Porém, e na impossibilidade prática de evitar este cenário, o que o Partido da Renovação Social fez, e fará até o dia 9 de Março – altura em que terminarão os prazos constitucionais deste Presidente Interino -, e reserva-se a esse direito, é:

Manifestar a sua desconfiança política, por causa dos atropelos às regras constitucionais cometidos durante a sua assunção ao mesmo cargo em 2009, aquando da promoção de um ciclo de espancamentos e assassinatos de adversários políticos, e ao mesmo chamar a atenção de que o mesmo tem poderes de destituir o actual Procurador-geral da República chamado pelo Presidente Malam Bacai Sanhá para desvendar os mesmos crimes.

Ainda assim, e porque não se configura na nossa Constituição da República de forma autónoma um Presidente substituto, o Partido da Renovação Social espera que desta vez não se formalize nenhuma farsa inconstitucional de tomada de posse e juramento, pela mesma razão que o Presidente interino não tem que preencher os requisitos de elegibilidade dos candidatos a Presidente da República.   

Que fique claro, o Partido da Renovação Social não passará nenhum cheque em branco, a nenhum Presidente da República, para que não se repitam o historial de violência e assassinatos de 2009, que ainda não tiveram o devido esclarecimento judicial.

 

Bissau, 12 de Janeiro de 2012

Ibraima Sori Djaló

O Presidente em Exercício

 

DISCURSO DE ENCERRAMENTO DE CAMPANHA PROFERIDO PELO DR. KOUMBA YALÁ

 

 

Povo Guineense

Cidadãs e Cidadãos

Estamos a momentos de encerrar a Campanha Presidencial Antecipada de 2012.

Foram quase quatro semanas de trabalho sério, de contacto com as populações, de contacto com o povo, sem medos e sem receios, apresentando-lhe, olhos nos olhos, as nossas propostas e dando-lhe, ao mesmo tempo, soluções para os problemas que legitimamente nos colocaram.

Toda a campanha da minha candidatura decorreu sob o signo da responsabilidade, o signo da competência, o signo da elevação e o signo da confiança.

Gostaria, pois, hoje e aqui, agradecer, profundamente, a todos os que, de mais perto, partilharam estes momentos comigo, referindo-me em concreto aos que me acompanham, a todos eles sem excepção;

  • Ao primeiro responsável da Directoria de Campanha, e nele, todos os demais membros integrantes desse órgão;
  • Aos elementos da Juventude do PRS, sempre presentes nos diferentes eventos realizados durante a campanha;
  • Às mulheres do PRS, pela sua disponibilidade e apoio inexcedível, e diário, que nos prestaram; a todos os homens e mulheres de boa vontade que nas suas terras deram o melhor de si em prol da minha candidatura;
  • A todos os cidadãos anónimos apartidários, ou até militantes ou simpatizantes de outros horizontes políticos, que acharam por conveniente juntarem-se a nós, e que lutaram, nas ruas e na internet, em defesa da nossa mensagem, de uma Guiné-Bissau soberana, democrática e propriedade do seu povo;
  • E, por fim, à minha mulher, aos meus filhos, e a toda a minha família pela aturada estima e carinho demonstrados nos momentos mais difíceis;

 

Povo Guineense

Cidadãs e Cidadãos

Os eleitores guineenses vão falar e eu vou receber com respeito e humildade a voz do povo nas urnas. Disputei com muito orgulho a Presidência da República.

O povo Guineense cavou uma grande trincheira, construiu uma fortaleza, consolidou um campo político em defesa da liberdade e da democracia na Guiné-Bissau, e também em defesa das grandes causas económicas e sociais do país.

A nossa campanha trouxe ao cenário eleitoral uma juventude que ama a Guiné-Bissau, e que ama a liberdade. Ao longo da campanha vi em muitos jovens, em centenas, em milhares deles, o jovem que já fui, sonhando e lutando por um país melhor, mais justo, democrático. Onde os políticos fossem servidores e não se servissem do povo.

Vamos dar a nossa contribuição ao país em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direito que todos têm de falar e serem ouvidos e da integridade da vida pública.

O nosso propósito com as eleições do próximo domingo, será de modernizar o país, com justiça social, na base de uma Presidência experiente, responsável, competente e preparada.

A troca de argumentos com os representantes e líderes das forças que connosco concorrem a estas eleições, em sítios e por formas diferenciadas, levaram-nos a algumas conclusões: o idealismo/irrealismo confesso de uns, até ao desinvestimento irresponsável nas políticas sociais defendidas pelo PAIGC de Carlos Gomes Júnior, deixa-nos concluir que o Manifesto por nós apresentado distingue o nosso projecto, a nossa atitude e a nossa forma de encarar o futuro, levando-nos em definitivo a acreditar que só nós estamos em condições de comandar os destinos da Guiné-Bissau no mais alto cargo da sua Magistratura.

Sei que no próximo domingo a preocupação de todos é o de votar em alguém que conhece a realidade guineense, em alguém que lhe é reconhecido um trabalho e uma dedicação total à causa do Estado Guineense.

Por isso,

Povo Guineense

Cidadãs e Cidadãos

Sou o único com propostas e com soluções para a Presidência.

Sou o único que tem um rumo, que tem um caminho, que tem ambição para este País e, se assim é, a resposta activa é o voto de todos em Koumba Yalá.

Este é um momento eleitoral em que se pede a todos os líderes, a todas as candidaturas, neste país e no mundo, que apresentem propostas.

Aquilo que se lhes pede não é para dizerem mal. Não é para lançar desconfianças, nem para desacreditar quem faz.

O que se lhes pede é que incutam confiança, é que apresentem soluções, é que tragam vontade de fazer, é que transportem energia, é que transmitam ambição.

É para isso que eu e os elementos da minha candidatura cá estamos.

O nosso programa promove a justiça e a inclusão social, num exercício de abertura e responsabilidade.

Daí o nosso Programa ter de ser, primeiro que tudo, uma mensagem de esperança. Uma esperança que se fundamenta no progresso do País e que assenta num avançar com confiança profunda no nosso Povo e nas suas capacidades.

Este não é um projecto de cepticismos. É um projecto de reinvenção e de esperança.

Somos cidadãos como vós. Se chegarmos à Presidência, como espero, chegaremos com todos vós, para sermos o Presidente de Todos.

Que não restem dúvidas: Nós confiamos nas capacidades do nosso País para superar os seus bloqueios estruturais e para ultrapassar as dificuldades do presente.

Nós acreditamos na capacidade que a Guiné-Bissau tem para construir o seu próprio sucesso, com mais justiça social.

Nós acreditamos no nosso povo para, em parceria connosco, fazerem vingar os seus interesses, os seus propósitos e as suas ambições.

A escolha que está perante vós no próximo domingo, é essencialmente, uma escolha entre duas posturas de sinal oposto: de um lado, o negativismo, o obscurantismo e a estagnação; do outro, a fé, a determinação e a iniciativa.

Saibamos ser firmes nos nossos propósitos; Tenhamos confiança em nós e não nos deixemos abater pelo desânimo, não regateando sacrifícios.

Quero, ainda, deixar-vos uma palavra de confiança, confiança em vós, nas vossas famílias e a certeza que cada um de vós dará o seu melhor para um País mais justo, para um País mais solidário, mais próspero e evoluído.

Com a força e dedicação decorrentes dos meus últimos 30 anos de vida ligada às grandes causas políticas para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, quero dizer a todos, que se for eleito, como espero, a Guiné-Bissau terá:

 

  • Um Presidente da República que ouve e respeita a diferença;

 

  • Um Presidente da República que não hesitará em incentivar todas as medidas que permitam o desenvolvimento de ações e políticas que eliminem da nossa sociedade os factores da exclusão e do subdesenvolvimento;

 

  • Um Presidente da República que busca com serenidade os consensos;

 

  • Um Presidente da República que executa com prontidão os consensos obtidos;

 

  • Um Presidente da República solidário com os diferentes projetos de desenvolvimento que visem reduzir as desigualdades e fomentar a criação de riqueza;

 

  • Um Presidente da República que promove e participa das questões do futuro institucional que envolve a utopia sempre necessária, sem se esquecer de ter os pés bem assentes no chão da história presente;

 

  • Um Presidente da República mobilizador, que sabe transmitir a esperança e o orgulho de sermos Guineenses, e que também sabe inspirar os cidadãos, pelo exemplo e pela exigência, que os interesses, tocados pela corrupção, jamais poderão sobrepor-se aos princípios da justiça e da imparcialidade;

 

  • Um Presidente da República que terá no povo guineense a verdadeira pauta para a solução dos grandes problemas que assolam o País;

 

  • E, finalmente, um Presidente da República, que em qualquer circunstância, será sempre fiel à Pátria e defensor do seu carácter democrático e republicano.

No domingo que ninguém fique em casa. Todos os que acreditam no nosso projecto, independentemente do partido da sua simpatia, juntem-se a nós, e juntarem-se a nós, é votar Koumba Yalá.

Temos a melhor equipa, estamos bem preparados e com a experiência necessária para darmos futuro à Guiné-Bissau.

Por isso, com força e ambições renovadas, com o conhecimento dos problemas e com a experiência para encontrar as melhores soluções, estamos preparados para dar o nosso contributo na reconstrução de um País mais moderno, desenvolvido e com futuro para todos!

Candidato-me contra a injustiça, contra a indiferença e por uma Presidência em que todos os Guineenses possam confiar e reconhecer-se, sabendo que o Presidente em quem votaram não os abandonará e estará particularmente vigilante na defesa dos seus direitos.

Este é o momento, esta é a vossa Candidatura. Eu serei o intérprete das vossas vontades, dos vossos sonhos e das vossas esperanças  

Conto convosco, para que no domingo 18 de Março de 2012 se ergam e deixem bem patente o vosso sinal indelével na História. Não deixem que outros decidam por vós, participem em consciência na escolha do vosso Presidente.  

Vamos recomeçar a Guiné-Bissau no dia 18 de Março, com coragem, com esperança e audácia.

 

Muito Obrigado.

 

Bissau, 16 de Março de 2012

 

Koumba Yalá