BISSAU KILA MUDA

24-06-2012 23:10

BISSAU KILA MUDA

 

E findji ka nota, ma anos no na nota, Bissau kila muda!

O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Transição, Faustino Imbali - a propósito das movimentações tendenciosas da CPLP - atirou “uma pedra no charco”, recordando ao mundo de que: a Guiné-Bissau é um país soberano e independente e as autoridades que estão na testa deste país são altamente competentes, responsáveis, e merecem o tratamento devido. Pediu diálogo à CPLP e avisou que o país necessita fundamentalmente de "um grande processo de reconciliação, na base da justiça e verdade", e não de "uma missa da qual ninguém conhece o conteúdo ou os resultados", referindo-se a “conferência internacional" de que o ex-Primeiro-ministro, Cadogo Júnior, tem apregoado em Nova Iorque e em S. Tomé. 

 

            A nossa soberania foi empenhada? A que título George Chicoti e Paulo Portas, os chamados “parceiros internacionais” de Cadogo Júnior, correm o mundo, pulando de ramo em ramo, como “macacos de sete matos” com a Guiné-Bissau na boca? No passado recente era o colonialismo que violava as soberanias dos povos. Nos tempos que correm são os cartéis da droga que assumem por detrás da tela esse papel de desagregação dos Estados. O antigo Presidente da República, Mário Soares, criticando o papel da troika em Portugal disse: “os mercados continuam a mandar nos Estados”, tendo transformado Portugal numa “espécie de protetorado”. Isso faz-nos recordar a subserviência de Paulo Portas e muitos outros responsáveis políticos europeus e africanos em relação ao regime despótico de Eduardo dos Santos em Angola. Dizia o outro: “o capital não vota, mas manda”! As insistentes declarações de inconstitucionalidades referidas por Paulo Portas não surpreendem. Ele é ignorante nesta matéria como já havíamos referido num dos nossos artigos. O facto de pertencer a extrema-direita e a poderes ocultos, não o poderia de forma nenhuma clarear o caminho da verdade. O trapezista de circo: George Chicoti. Apoiante ativo dos mercenários, os “Búfalos” do regime de apartheid de Africa do Sul, que às portas de Luanda as nossas Forças Armadas, comandadas por Manuel Na Ndigna, heroicamente, ajudaram a rechaçar. Ressentimentos do passado? Fison tem tossinhu! Chicoti parece um mocho saltitando de país em país anunciando as desgraças dos outros e nunca a sua própria infelicidade. Paga para não falar das reivindicações dos cabindenses. O ataque da polícia - ocorrido no dia vinte e um de Junho - contra os antigos combatentes (desmobilizados das Forças Armadas), e que resultou na morte de dois manifestantes e espancamento de um general, não o aflige. Chicoti quer maka (confusão) com a Guiné-Bissau!

 

            Sobre S.O.S para o regresso da Missang: as declarações do Ministro dos Negocios Estrangeiros, Faustino Imbali, sobre o facto ajudou a desbotarem as supostas banalidades proferidas pelo Secretário de Estado, Basílio Sanca e do seu aproveitamento político pelos poderes ocultos e mafiosos que dominam a CPLP. Aos guineenses, marionetas do poder de Luanda deviam ter “tomates” de comunicar os seus amos de que a Guiné-Bissau jamais rubricará acordos ou parcerias com indivíduos ou Estados cujos Presidentes, desde 1992, nunca permitiram que os seus povos os escrutinassem. Tirem “o cavalinho da chuva” porque o lapsus lingue do Secretário de Estado da Segurança, é, de todo, despropositado, e não vincula o atual Executivo.   

           

 

Ora ku bu odja kon riba di montanha

            Na gassali tchon I na mal-cria…

            Kon ku na bim lanta I bai

            Montanha nunca,

Nunca ka na muda!

 

            Por Balugum