CPLP BLA, BLA, BLA

20-05-2012 00:34

CPLP BLA, BLA, BLA

 

            A Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), é uma organização que visa, entre outros aspetos, a concertação, cooperação e materialização de projetos de promoção e difusão da língua portuguesa. É regida pelos princípios (românticos?) de igualdade soberana dos Estados membros, de Não-ingerência nos assuntos internos de cada Estado, reciprocidade de tratamento, primado da paz, da democracia, do estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social, respeito pela sua integridade territorial, etc, etc.. Não possui, pois, a componente político-militar de manutenção de paz, tal como acontece com o braço armado da CEDAO, the Economic Community of West African States Monitoring Group (ECOMOG).  

 

Em resposta aos acontecimentos ocorridos a 12 de Abril passado, a CPLP, decidiu trocar seus violinos clássicos por carabinas colt M4! Em desespero, soltou clamores de condenações e ameaças, inclusive, de intervenção militar na Guiné-Bissau, através de Portugal.  Parece que a memória humana é curta! A CPLP, criada a 17 de Julho de 1996, nunca ousou interpelar a liderança do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santo. Despertou, agora, no caso Guiné-Bissau. Pergunta-se se esse gesto é em prol do esclarecimento judicial das mortes ocorridas no consulado de Carlos Gomes Júnior ou então visa apenas o objetivo de resgatar o ex-Primeiro-minitro? Em todos esses dramas,  o ex-Presidente Interino, Raimundo Pereira, jogou o papel de menino de recados, portanto, conivente com as atrocidades cometidas pelo seu chefe. A CPLP de que falávamos, atingiu o cume da ignorância ao subestimar a via regional para a resolução de conflitos, legitimamente, encabeçada pela CEDEAO.

 

            A máscara caiu! O derrube de Carlos Gomes Júnior precipitou a queda da máscara do bando de traficantes de droga e neocolonialista da CPLP. O Pânico e o desconforto de alguns líderes da CPLP têm sido enormes. Obcecados pelos seus propósitos mafiosos vexaram e rasgaram os objetivos da organização. A situação está a conduzir, inclusive, a ponderação da permanência do nosso país na CPLP. O alvoroço juntou os ministros dos negócios estrangeiros da CPLP a 14 de Abril para legitimar o envio de meios navais (duas fragatas e uma corveta e um navio reabastecedor) e aéreos (dois aviões), “Operação Manatim”, para a nossa Guiné. A Operação envolveu 1082 militares, tendo custado 5,7 milhões de euros ao Estado Português. Aparentemente, dizia-se para resgatar os portugueses. Diz o Ministro da Defesa português: «Os portugueses nunca perdoariam se Portugal não tivesse a capacidade de, perante um golpe de Estado noutro país onde existe uma importante comunidade portuguesa, salvaguardar os interesses e as vidas dos cidadãos portugueses nesses países, isso é que ninguém compreenderia». Apraz questionar se o ex-Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, é português, sendo que as fragatas só regressaram a base quando Carlos Gomes Júnior foi solto do cativeiro. Não se tem informação de que nenhum português de origem tenha sido incomodado. Por outro lado sabe-se que o que impera nessas mentes é a lei do capital financeiro puro e duro! O respeito pela integridade territorial e da soberania regional e nacional dos Estados, para eles é romance! Não governam pelo povo, mas pelos interesses e negócios obscuros focalizados sempre no dinheiro conspurcado. A RDP e a RTP-Africa estão ao serviço desta mesma lógica, a desinformar constantemente a opinião pública. A tese do filósofo holandês,  Rob Riemen, chama-nos atenção para o seguinte: “A classe dominante nunca será capaz de resolver a crise. Ela é a crise!”. A CPLP serviu de guarda-chuva moral a Missang! Mas a CPLP não estava no terreno (Guiné). Quem estava era o amigo da onça: Angola! O quadro da relação era bilateral, tipo relação Sul-Sul. Pergunta-se: em que medida se pode chamar para o caso (de natureza bilateral) a CPLP, Paulo Portas e companhia limitada? A história parece de Ali Babá, Kasim e os quarenta ladrões!

 

            O pânico alastrou-se às capitais europeias aos “mulas”, “esticas” e os “fogueteiros”. Quem nunca falou na política até já pula nas ruas com cartazes como kin-kon-kin-kon, apelando o regresso ao passado, como diz Dr. Ernesto Dabó! Passadores de droga e gente dedicada a djilandadi e negócios ilegais. São parasitas que vivem a custa dos subornos e migalhas do patrão dos patrões: Carlos Gomes Júnior! Vinculados ao negócio está o ex-Presidente Interino,  Raimundo Pereira. O ex-Ministro do Interior, Fernando Gomes controlava o esquema do tráfico. A sua companheira, a cantora, Dulce Neves está apar do negócio. Destacam-se três principais “matutos”: o Presidente da Camara do Comercio, Braima Camara (Bá Kekuto), Carlos Silva (Ito), Augusto Bliru e Manelinho. A Interpol, tem conhecimento deste negócio sujo. A Interpol também tem conhecimento que o tráfico de droga e lavagem de dinheiro proliferam e se expandem, sobretudo, durante a campanha de castanha de cajú. A Interpol sabe que o ex-Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, comanda a máfia local do narcotráfico.             

 

Rob Riemen, citando Espinosa, explicou: “a essência da democracia é a liberdade, mas que a essência da liberdade não é teres o que queres; é usares o cérebro para te tornares num ser humano bem pensante. Se não for assim, se não fores crítico perante a sociedade mas também perante ti próprio, nunca serás livre, serás sempre escravo”. E concluiu: “…daí que o que estamos a viver não tenha nada a ver com democracia”.

 

Por Balugum