“E NA LUPI-LUPI, E NA FASI OFERTA”

10-06-2012 13:17

E NA LUPI-LUPI, E NA FASI OFERTA”

 

            Tugas nbarca e bai tugas di terra fica. E na soronda imperialismo na ronda. Tem sido, de facto, a gestão política do Estado adotada desde os anos oitenta até o dia doze de Abril passado. A situação política atingiu um ponto muito grave e profundo. Na verdade, existia um “plano internacional” para aniquilar as nossas Forças Armadas. Alguns defensores da Missang – referindo-se ao número de contingente angolano no terreno - têm esgrimido a ideia de que ninguém ataca com duzentos homens num terreno isolado e distante, sem retaguarda. Mas, em nenhuma ocasião respondem a pergunta: porque, então, foram para lá armados até aos dentes, recusando entregar o armamento ao exército nacional? A verdade é que, depois da cabeça, foi descoberto o tamanho do serpente. A guarnição angolana era, para eles, uma espécie de isca. Cabo Verde, Gambia e Guiné-Conacri, serviriam de retaguarda para os ataques das forças da CPLP, ocorresse qualquer tipo de disputa política que pusesse em causa o Governo de Carlos Gomes Júnior. A pronta movimentação de fragatas portuguesas para as águas da Guiné, explica a dimensão do tenebroso plano. O rugido do CEMGFA, General Antonio Injai, na reunião com Antigos Combatentes - onde pela primeira vez, desde a independência, apareceu em público, o lendário MBana Cabra, velho e sem forças - não surgiu do acaso. Ele sabia do que estava a falar. Ninguém duvida que Portugal virou-se no ninho das víboras, tendo à cabeça, Paulo Portas como imagem da subversão contra o povo guineense. É aborrecido, de facto, quando a fórmula não se encaixa! O Governo Português empenhara-se na institucionalização na Guiné-Bissau de um regime idêntico ao de Luanda. Mas, falhou! E está a perder em todas as frentes. Resta-lhe agora financiar através da Petromar, Galp, Sonangol e cartéis da droga, grupos terroristas contra o poder instituído. Tem sido, também, esse mesmo grupo de mafiosos que controla os noticiários e os debates semanais na RDP/RTP Africa.  

 

            Paulo portas pode ter todos os conhecimentos do mundo, mas é “zero à esquerda” em Direito Constitucional Guineense. E estou a pensar na importância da doutrina jurídica para o Estado de Direito, sem necessariamente tecer considerações, para já, nesse âmbito. Alguém escutou Paulo Portas ou algum apoiante seu argumentar-se sobre o abandono do Governo por parte do ex-chefe do executivo para se candidatar à Presidência da República? Não! Eles defendem-se, dizendo que estes assuntos dizem respeito aos guineenses. Mas, é ai a ponta do novelo! O golpe de Estado começou ai, no dia em o titular de um órgão de soberania decidiu pisar a constituição para se transformar em candidato a Presidente da República! Para os que buscam a verdade dos factos eis a chave as portas da razão. Nesse dia o país inteiro ficou estupefacto com a decisão do Primeiro-ministro que dizia que o governo devia terminar a legislatura. A sua destituição não ocorreu de imediato porque restava ainda uma esperança de que o Supremo Tribunal de Justiça não deixaria passar o embuste. Mas, Cadogo tinha as costas quentes. Inclusive, lançou foguetes antes da festa! Foi, pois, nesse período conturbado que surge o Embaixador de José Eduardo dos Santos na Guiné-Bissau - rasgando todos os manuais da diplomacia e do respeito mútuo e recíproco entre Estado - acusando diretamente o CEMGFA, General António Injai de ter um plano para derrubar o Governo. Asseguro-vos de que, no lugar do CEMGFA, retalhava o Embaixador na hora, sem pestanejar! O vexame foi, de fato, a gota de água! Disse Injai: “Fomos encurralados e por isso a única saída era arrebentar a parede!”

 

Desde que o mundo é mundo, quando a nossa casa arde são os vizinhos que se socorrem e se preocupam. Não é por acaso que em África, os vizinhos são tidos como irmãos. Estou a pensar na postura racional da CEDEAO perante a situação política da Guiné-Bissau. É incrível escutar as declarações de Carlos Gomes Júnior, não exaltando o facto de ter sido libertado pela CEDEAO? Cego e ganancioso é pior que um burro! Ofuscado pelo poder, fala à toa! Não, não é normal! Doente não é, porque sabe o que diz! Portanto, a pressão só pode ser do mundo da droga, que ele até chama carinhosamente de “parceiros internacionais” sobre a sua pessoa. A postura é de uma marionete. Atrás da tela, os mafiosos puxando os cordéis: Paulo Portas, George Chicote e companhia LDA. Que interesses poderão juntar o MPLA a um fascista de extrema-direita? Ganância! Voltando à (nossa) vaca fria: Tamba-Puré mais conhecido por Cadogo Júnior. Quando chegou a Portugal foi recebido com pompa e circunstância na Portela como Primeiro-ministro de Paulo Portas. Mesma sorte não teve Zamora Induta e Fernando Gomes, que também foram destituídos por golpe militar. Quando Cadogo Júnior se aperceber de que estão a gozar com ele, será tarde demais. Desde que chegou a Portugal sequestrou a Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa, tendo montado ai o seu gabinete de crise, antes de se ter deslocado para EUA. Usou e abusou dos parcos recursos da nossa representação diplomática: das viaturas, telefones, etc.. E até, dizem, surripiava dinheiro recolhido diariamente pelo consulado. A desaforada presença de Cadogo na Embaixada, diz-se a boca pequena, teve aprazimento do próprio Embaixador, Dr. Fali Embaló, que segundo consta também havia alinhado com a ideia de ataque militar a Guiné-Bissau, país para o qual era mandatário. Podemos dizer que a Embaixada virou nesses dias o hotel da Barafunda! O Tamba-Puré continua a arrogar para si a legitimidade do poder e diz ter assistido em New York, o Conselho de Segurança. Quem acompanhou as cenas informa que seguiram a reunião pela televisão. Desta vez não levou o seu menino de recados, Raimundo Pereira. Estarão de costas voltadas? Só os dois saberão dizer.  

Ma, npunta kal dia ku samba-suga supra sin murdi?

Meu irmão, ergue-te, mais uma vez, e agarra no arado: a água ameaça partir os diques!

 

Por Balugum