O DESTERRO DOS BRARROES DO NARCOTRAFICO

01-05-2012 17:55

O DESTERRO DOS BRARROES DO NARCOTRAFICO

 

            O mundo estará às avessas? Na verdade, depois do ex-Primeiro-ministro, ter espezinhado, descaradamente, a Constituição da República, para alcançar a tripeça da mais alta magistratura da nação, ainda tem direito a um movimento de apoio internacional. Estranho! Editores de jornais, rádios e televisões, dominados e pressionados pelos barrões do narcotáfico, esgrimem teses da legalidade eleitoral do dia 18 de Março e ainda pedem a realização da segunda volta do escrutínio e o retorno dos desterrados e seus cúmplices ao poder.    

Quem não sentiu o cheiro a enxofre, depois do falecimento do Presidente da República Malam Bacai Sanhá? A resposta firme e determinada das nossas Forças Armadas, no dia 12 de Abril, surgiu - mesmo que não se concorde com o gesto – para travar as abastardadas orgias governativas dos barrões da droga na nossa Guiné, conjuradas com os magnatas da Petromar, Sonangol e Galp. Estes procuravam a toda força colocar no poder um fantoche com o fito de abocanhar as nossas matérias-primas. Havia depois um plano para silenciar a oposição ao regime, como sucede em Luanda.  

 

            A destituição e o desterro dos barrões do narcotráfico (Carlos Gomes Júnior e Raimundo Pereira) facultaram informação ao Estado sobre a longa teia do crime organizado, nacional e internacionalmente. É evidente que em outras circunstâncias não estaríamos na posse de tão precioso ficheiro secreto da conspiração montada contra o nosso povo. Quando espreitaram a morte, contaram tudo! Muitos dos seus adeptos e seguidores que hoje saltam nas ruas têm os cadastros encarvoados. Alguns países estão implicados nos complôs planeados. Para além de confessarem as suas cumplicidades nos assassinatos anteriores, que eliminaram a vida de mais de dezoito figuras publicas (militares e políticos) afirmaram ter existido um plano secreto para assassinar Kumba Yala, como aconteceu com o ex-líder da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi. Esse plano ainda está de pé! Não seria o único a ser abatido. A mortandade atingiria também os outros quatro candidatos que se opuseram a sua candidatura do Gomes e todos os oficiais militares indesejados - como aconteceu no célebre caso 17 de Outubro. O armamento adquirido na Africa do Sul e entregue à guarnição da Missang, onde era a sua fortaleza diária, denuncia o plano.

 

            Gomes colocou na boca do mundo a imagem pervertida do sector castrense. A seguir viriam os professores, médicos e juízes. E que ele, só ele, seria o imaculado! Com que objetivo? Para poder caminhar tranquilamente na formação forçada de uma classe burguesa. Os militares seriam os defensores de uma sociedade igualitária que não o favorece. É isso que tem estado em jogo e nada mais. Se o mundo está a par dessas estratégias ou não, pouco importa. O que nos interessa é a construção de um Estado sem violências!

 

Nas negociações de Banjul, realizadas no dia 29 de Abril, entre os representantes guineenses (militares e partidos políticos) e o chamado Grupo de Contacto da CEDEAO, o golpista Yahya Jammeh vociferou, entre muitas outras ignorâncias, que: "Estamos aqui para dizer-vos que ou escolhem uma solução pacífica com a CEDEAO ou esta tomará medidas para pôr fim ao que se passa em Bissau". O mesmo golpista ainda teve o deslize de sugerir o regresso de Raimundo Pereira para o lugar de Presidente Interino. Mas, quando lhe perguntaram se quando deu golpe de Estado na Gambia havia retornado para o lugar o presidente deposto, Jammeh expulsou o individuo da sala. Estamos a tiritar de medo das ameaças de Jammeh. A dita comunidade internacional pretende transformar a Guiné-Bissau num campo de batalha interminável, como a Somália. O tom de voz grosseiro do Presidente de Gambia traduz o desespero de milhões de pessoas que viram os seus projetos abortados. Encontraram um culpado: General António Injai! E procuram lança-lo à fogueira! Mas, a pátria de Cabral, erguerá firme e em massa contra a promiscuidade entre as figuras públicas e redes do narcotráfico a nível nacional e internacional. Estamos cientes de que este é o início de mais uma longa e penosa luta armada, mas estamos prontos a defender a integridade territorial e a soberania do nosso povo mártir!  Os argumentos sobre a necessidade de garantia da retirada dos soldados da Missang, são meros truques de José Eduardo dos Santos, para ganhar tempo e integrar as tropas da CEDEAO e combater as nossas Forças Armadas. Prevê-se o eclodir dos combates sérios no dia da retirada dos angolanos!

 

Por Balugum