“PERIGO REAL” DE RAMOS-HORTA

11-04-2013 19:12

 

“PERIGO REAL” DE RAMOS-HORTA

 

         Caiu a mascara! Eles (a CPLP) estão a lançar anátemas do narcotráfico a Guiné-Bissau com o fito de legitimar a decapitação das nossas Forças Armadas e consequentemente vergar a nossa soberania. Estão atarantados! Apercebe-se pelas atabalhoadas e delirantes declarações de Ramos-Horta no dia 9 de Abril. Não estava à-vontade. Costuma dizer-se “em Abril águas mil”. É o mês das comemorações antifascista em Portugal e na Guiné-Bissau, pela liberdade: 12 e 25 de Abril. Os conservadores e saudosistas da CPLP odeiam essas datas e o seu significado. O Excelentíssimo Embaixador faz parte da corja. Em vez de representar com dignidade Ban Ki-moon titubeia o conservadorismo em voga na CPLP. Virou-se boca de aluguer de Paulo Portas, George Chicoti e José Maria das Neves. Vaticinou na terça-feira passada, que a “Guiné-Bissau realmente enfrenta como Nação uma ameaça existencial, enquanto Estado”. Destas palavras transborda crueldade que vai na sua alma. Achou a ideia aonde? Mal escutou começou a disparar no escuro. Sobre o processo político guineense apenas conhece a difamação que vem na imprensa, nada mais!

 

Muito embora considere os guineenses, um “povo fabuloso”, acabou de revelar o seu real desejo sobre o nosso país: somalização! Como é que um Nobel pode proferir discurso intimidador, de carcereiro? Disse também, o iluminado, que “…há um perigo real de a própria ONU, a União Europeia e outros amigos e parceiros tradicionais da Guiné-Bissau dizerem não mais'". Má índole! Esta verborreia, não se pode entender como um aviso. É uma ameaça velada ao nosso povo. É presunçoso e julga que os seus argumentos são lei.  

          

Em Timor tornou-se o germe da animosidade com Xanana Gusmão. Foi o mesmo que rematou dizendo que é "extremamente difícil a Guiné-Bissau sobreviver aos desafios regionais, às ameaças de crime organizado, nomeadamente dos cartéis de droga das mais variadas origens". Isto, não é mais que um desejo seu. Não descobriu a pólvora e esta cassete já esta furada. São mentiras esfarrapadas! O nosso povo cultiva castanha de caju, arroz e as oleaginosas. Não lavra a droga nem a exporta. E libertar-se-á dos cartéis de droga vinda da América Latina.

 

É propaganda suja contra a Guiné-Bissau, a campanha protagonizada pelo “Super-Embaixador” e pela CPLP. Hoje, dia 11 de Abril, diz em Cabo Verde que o boato lançado contra o Presidente e o Primeiro-ministro de Transição da Guiné-Bissau não corresponde a verdade. Até podemos concordar, mas quem é este senhor para dizer o que é certo ou errado na nossa terra? É incrível a logica deles que nem sequer menciona na trapalhada que fazem a América Latina, como continente produtor e exportado de droga. Em meados do mês de Março passado Evo Morales, do Perú, defendeu a importância de canábis e aconselhou ao Papa Francisco a tomá-lo, na ONU. Na opinião publicada, a Guiné-Bissau, surge como o “el dourado”, uma espécie de celeiro de cocaína mundial com o objetivo de conspirar com misseis terra-ar contra EUA, etc. Portanto, está mais que claro: o objetivo é decapitar as nossas Forças da defesa e segurança. Por isso afirmamos que o fórum ideal para os discursos de Ramos-Horta é as Nações Unidas e não ao povo guineense.

 

O que se pode dizer em matéria do narcotráfico, é o seguinte: nos países da língua portuguesa, conhecem-se Estados, praticamente dominados por cartéis de droga de que a opinião pública parece subestimar: Cabo Verde e Moçambique. Será porque compram notícias difamatórias contra os seus países? Cabo Verde, por exemplo, ocupa uma posição privilegiada entre a África e a América do Latina. Situa no eixo das principais rotas aéreas e marítimas. O facto não passou despercebido aos cartéis do narcotráfico. Por outro lado, possui uma vasta comunidade de emigrantes, cerca de um milhão de pessoas, espalhadas por Portugal, EUA, Holanda, França, Suíça, Itália e muitos outros países. Desde os anos 90 que os cabo-verdianos têm tido um papel destacado como “correios”, "mulas" ou "passadores" de droga. Contratados por traficantes de países como Ghana, Nigéria, África do Sul, Brasil, Holanda, Bélgica, Espanha, Ilhas Canárias, Portugal, EUA ou a Colômbia, transportam a droga da África, América Latina ou a que é descarregada em Cabo Verde para a Europa. Nos últimos anos acumulam-se indícios que Cabo Verde passou a fazer parte do poderoso eixo brasileiro de tráfico de cocaína para a Europa, funcionando como placa giratória. Em diversos países não tem parado de aumentar o número de cabo-verdianos que são detidos por estarem ligados ao narcotráfico. Em Dezembro passado, foram detidas sete pessoas no âmbito da operação “Lancha Voadora”, incluindo o Presidente da Bolsa de Valores, Veríssimo Pinto, compadre do atual Primeiro-ministro, José Maria das Neves. Nos EUA, os cabo-verdianos concentram-se sobretudo na região de Boston. Desconhecem-se o número dos que estão presos. No entanto desde fins dos anos 90 que o número de deportados, após cumprirem as suas penas de prisão por tráfico de droga ultrapassa as largas centenas. Em Portugal, todos os anos mais de três centenas de cabo-verdianos são detidos por tráfico de droga. Entre os estrangeiros presos são o grupo mais numeroso. Alguns bairros degradados na região de Lisboa, como a Cova da Moura (Amadora), habitados sobretudo por cidadãos de Cabo Verde são notícia com alguma frequência na comunicação social por casos de tráfico de droga, assassinatos, roubos, etc. Em Holanda, os cabo-verdianos estão concentrados sobretudo nas cidades de Roterdão, Zaandam, Amesterdão e Delft. Desconhecem-se o número de presos, mas tem ocorrido muitos casos de repatriamento devido ao tráfico de droga. No Brasil, devido ao crescente envolvimento no eixo brasileiro de tráfico de droga para a Europa, não tem parado de aumentar o número de "mulas" cabo-verdianos detidos. Em França, o número de cabo-verdianos presos é desconhecido, mas são muitos os casos relatados na comunicação social. Conclusão: a prosperidade económica de Cabo Verde, deve-se em grande parte do narcotráfico. Cabo Verde é um narco-Estado e paraíso fiscal, por excelência.

 

         Moçambique: em tempos, telegramas da embaixada norte-americana em Maputo, divulgados pelo WikiLeaks, revelam que Presidente moçambicano, Armando Emílio Guebuza, e antecessor Joaquim Chissano estão envolvidos com o narcotráfico. Dizia o jornal Expresso naquela altura que os traficantes financiaram campanhas eleitorais da Frelimo e corromperam igualmente polícias e agentes de alfândegas, além de controlarem portos e agentes nos aeroportos, o que lhes permite enviar a droga - haxixe, heroína, cocaína e mandrax - para a África do Sul ou para a Europa. Com base em notícias publicadas pelo jornal “Le Monde”, divulgada pelo site WikiLeaks, o Expresso revelou que o narcotráfico tem uma base segura em Moçambique, rota da cocaína que chega do Brasil, do haxixe do Paquistão e da heroína produzida no Afeganistão. Em Moçambique o narcotráfico é dirigido por dois moçambicanos de ascendência asiática, Mohamed Bachir Suleiman, conhecido como "MBS", e Ghulam Rassul Moti. Diz ainda o Expresso: “as atividades eram impossíveis sem a cumplicidade ao mais alto nível do Estado”. O jornal acrescenta, por outro lado, que "a administração do porto de Nacala, célebre por permitir a passagem de droga procedente do sudeste asiático, foi entregue recentemente a Celso Correira, presidente executivo da Insitec, uma empresa de fachada de Guebuza".

 

         Portanto, o objetivo da “comunidade internacional” que Ramos-Horta, não é, com certeza, combater a praga em si. É só “show off”! A estratégia é a que referimos logo no primeiro parágrafo deste artigo. E todo o palavreado espalhado diariamente pela RTP/RDP-Africa contra a nossa terra é apenas uma ponta do icebergue. A parte submersa é mais complexa e perigosa. Sabe-se que no plano internacional, é cada vez mais percetível a importância geopolítica do Atlântico Sul. Peritos na área da geopolítica encaram a questão desta forma: é notório a preponderância crescente da produção petrolífera nos países do Golfo da Guiné e da Africa Subtropical, a par dos países latinos da MERCOSUL, do outro lado do Atlântico, merce de novas tecnologias que permitem a exploração de jazigos no offshore profundos e ultra profundo, longe das zonas de conflito e instabilidade social e ainda com vantagens acrescidas de ordem logístico-operacional para as potências ocidentais. Só isto diz tudo! Na verdade - dizem os especialistas - o Atlântico Sul é hoje um vasto espaço de interesse do campo da produção petrolífera, o qual, com o incremento de novos e sucessivos blocos de exploração, poderá ascender a dimensões muito mais vastas e tornar-se uma boa alternativa ao Golfo Pérsico. A NATO integrada maioritariamente por países membros da União Europeia, onde é visível a sua ação, é lícito supor subjacente o interesse vital da economia da União Europeia e do Ocidente. É disso que se trata. E têm receio da nossa bravura. Cabo Verde é o ponto estratégico escolhido pela NATO. O primeiro exercício realizado pela NATO foi em território cabo-verdiano, pelo “Steadfast Jaguar 2006”. A NATO Respose Force (NRF) foi criada na cimeira de Praga em 2002. Portanto, não iludamos, o jogo não é confesso e não tem árbitro. E atenção a nossa terra é abençoada com recursos invejáveis pelas grandes potências mundiais.

 

Nababu Nadjenal